O Botafogo recebe o Palmeiras às 21h30 da noite desta quarta-feira (17) no Nilton Santos, no Rio de Janeiro, em jogo que vale a liderança do Brasileirão: as duas equipes estão empatadas na liderança com 33 pontos. Mas o clima para a partida não é dos melhores por conta de uma onda de rusgas entre as diretorias que se arrasta desde a última temporada e agora parece se espalhar para as torcidas.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra exatamente o quanto o clima está hostil. Torcedores botafoguenses foram à entrada do setor visitante do Niltão, por onde entram os palmeirenses nesta noite, e penduraram dois bonecos representando o clube paulista como se estivessem enforcados.
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Um dos bonecos veste terno e gravata e representa Ednaldo Rodrigues, o presidente da CBF. O outro boneco, com calça camuflada e camisa do Palmeiras leva um outro rosto que, pela aparente coloração loira e dado o contexto, leva a crer que represente Leila Pereira, a presidente do clube.
"Vocês não são bem-vindos no Rio de Janeiro", diz a publicação feita pela página Organizadas do Botafogo. A reportagem não localizou eventuais torcidas organizadas que tenham assumido a autoria da violenta provocação.
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As rusgas entre os clubes começaram na reta final da última temporada, no mesmo estádio que recebe a partida desta noite. Na ocasião o Botafogo era líder do Brasileirão, estava a 6 pontos do Palmeiras e, vencendo por 3 a 0 no primeiro tempo, estaria praticamente com o título encaminhado.
Mas o Palmeiras virou o jogo para 4 a 3 no segundo tempo com uma apresentação épica do jovem Endrick, à época com 17 anos, e ao término do campeonato, sete rodadas depois, o clube acabou faturando o troféu. Logo que a partida terminou John Textor, o dono da SAF que controla o Botafogo, reclamou muito da arbitragem e insinuou que o campeonato estaria "vendido" ao clube paulista.
Desde então as tensões escalaram com respostas de Leila Pereira que qualificaram o dirigente botafoguense como "falastrão" e o desafiaram a levar suas denúncias às instâncias jurídicas e desportivas cabíveis. Textor, por outro lado, jamais levou as denúncias adiante.
Dessa vez, a mandatária alviverde anunciou que não irá ao jogo por temer questões de segurança. Algo relativamente inédito em se tratando de dirigentes esportivos das duas equipes.
Na imprensa esportiva há quem diga que tudo se trata de uma jogada de marketing de Textor, que estaria "forçando uma rivalidade" com um clube que nos últimos anos tem sido um dos mais destacados do país na tentativa de impulsionar sua agremiação. Pura análise, ou especulação. De concreto, as rusgas existem e são um elemento novo nas relações entre os clubes.
Palmeiras e Botafogo não são rivais históricos apesar de já terem se encontrado em outras ocasiões importantes, como nas finais do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1969, do Brasileirão 1972 e da Série B 2003, todos vencidos pelos paulistas. A principal derrota imposta pelos botafoguenses aos alviverdes ocorreu na semifinal da Copa do Brasil de 1999.