Dorival Júnior, o novo técnico da seleção brasileira, enfim, se manifestou a respeito das condenações de Daniel Alves e Robinho por estupro. Ambos, no momento, estão presos.
Até então, só Leila Pereira, presidente do Palmeiras e chefe da delegação da seleção, havia emitido opinião sobre os casos.
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Durante coletiva, nesta sexta-feira (22), véspera do amistoso entre Brasil e Inglaterra, o técnico atendeu à imprensa, em Londres.
“Como treinador da seleção, tenho obrigação de me manifestar. Primeiro, acho que é uma situação muito delicada. O Robinho foi meu atleta, uma pessoa fantástica, um profissional desses, dentro da nossa convivência, acima da média”, começou Dorival, dando a impressão que passaria pano para o crime do ex-atacante.
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“É um momento difícil para nós expressarmos toda e qualquer situação. Primeiro eu penso nas famílias das pessoas envolvidas e principalmente das vítimas envolvidas nesses episódios, que acontecem, diariamente, nos nosso país e em todo mundo e que, de repente, não são abordados, são abafados porque as pessoas não têm voz”, prosseguiu.
Em seguida, o técnico foi um pouco mais veemente, mas não muito: “Se houve realmente e comprovado algum tipo de crime, ele tem que ser penalizado. Por mais que doa no meu coração falar disso a respeito de uma pessoa com quem tive um convívio excepcional”, destacou.
Em relação a Daniel Alves, Dorival preferiu não se aprofundar. “Não desejo isso a ninguém, sinto por tudo o que passarão a partir de então em suas vidas, todos os que estão envolvidos, o que posso fazer é ajudá-los em orações, nada além disso”.
O que disse o capitão da seleção
O lateral-direito Danilo, capitão da seleção brasileira, também se posicionou, de forma sutil, sobre as condenações de Robinho e Daniel Alves por estupro. Em coletiva, ele destacou a importância de implementar programas de conscientização a respeito do tema, começando nas categorias de base do futebol.
“Eu acho sim, que é importante passar por uma conscientização dentro da seleção brasileira, das categorias de base, do futebol brasileiro”, afirmou.
“Gostaria de fazer a reflexão de que a gente não faça o julgamento de que isso acontece só no futebol. Eu acredito que nós, enquanto atletas de alto nível, temos que entender o lugar que a gente ocupa, qual é o nosso papel, nosso papel, entender que as nossas ações têm um poder muito maior de influenciar positivamente ou negativamente. Acho que está na hora de a gente entender melhor que o nosso papel é, sim, jogar futebol, representar nossos clubes, a seleção, mas também servir de exemplo de comportamento e de formas de lidar fora de campo para a juventude”, acrescentou.
“Temos mães, irmãs, filhas, esposas, namoradas, e essas mulheres passam por provações e pensamentos que nós, homens, não passamos. A roupa que vai sair ou não, por um julgamento ou suposto precedente de algo. É importante iniciar essa conscientização, trazer debate para a juventude, se colocando no lugar da mulher de forma mais empática para que elas tenham mais liberdade de ocupar o espaço que devem ocupar”, completou Danilo.