A campeã olímpica de vôlei, Walewska Moreira De Oliveira, de 43 anos, morta nesta quinta-feira (21), teria se jogado do 17º andar do prédio em que morava com o marido. Segundo o Boletim de Ocorrência, o PM Júlio Cezar de Lima, que fazia patrulhamento pelo local, relatou que a atleta caiu na sacada do apartamento do primeiro andar.
Uma equipe de resgate ainda tentou reanimar Walewska, que não resistiu e veio a óbito no local. Na área de lazer, local em que ela estava, havia sobre a mesa uma garrafa de vinho com uma taça, “ambos com vinho pela metade, além do aparelho celular e de uma pasta com uma folha sulfite, onde foi feita uma carta que seria da vítima aparentemente de despedida”, diz o BO.
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Assim que tomou conhecimento da ocorrência, o sindico do prédio ligou para Ricardo Alexandre Mendes, marido de Walewska, que estava no apartamento do casal. Ele declarou na delegacia que os dois eram casados há 20 anos e não tem filhos. Ricardo disse ainda “que há cerca de quatro anos vem enfrentando problemas no relacionamento, o qual foi se desgastando”. Ele destaca que ela era compulsiva por compras e, por conta disso, dilapidou boa parte do dinheiro que eles conseguiram durante os anos de casado”.
Há três anos, quando ainda jogava em Uberlândia, “ela insinuou praticar ato contra a própria vida, fato que fez ele ir até a cidade e ter uma conversa com os pais dela expondo todo problema que estava acontecendo”.
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Relação destagastada
Ricardo contou ainda que nos últimos meses a relação dos dois estava muito desgastada e que ocorriam pequenas discussões, mas nada muito agressivo com ofensas ou agressões. Ele dizia que não estava feliz do lado dela e queria o divórcio.
Ele contou ainda que nesta quinta-feira, “por volta das 18:07 recebeu uma mensagem de texto via aplicativo WhatsApp de Walewska falando sobre o relacionamento e sobre a decisão dele de se separar”. Logo a seguir, às 18:29 ele foi avisado pelo condomínio da ocorrência.
A trajetória
A jogadora fez parte da conquista do primeiro ouro olímpico do vôlei feminino em Pequim-2008. Em Olimpíadas, ainda foi bronze em Sidney-2000 e ficou com o quarto lugar em Atenas-2004.
Walewska foi convocada para a seleção brasileira pela primeira vez por Bernardinho, em 1997. Com ele, conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, e o bronze na Olimpíada de Sidney, em 2000. Depois, sob o comando de Zé Roberto, seguiu colecionando títulos.
A eterna número 1
Walewska se despediu das quadras no Sul-Americano de vôlei 2022 em jogo do Praia Clube diante do Regatas Lima, do Peru, pela fase de grupos. Na semifinal contra o Sesi-Bauru e na final contra o rival o Minas, Wal ficou como opção no banco de reservas, mas não foi utilizada durantes as partidas. O clube de Uberlândia deixou de usar a camisa 1, que a central vestia, em sua homenagem.
Neste ano, Walewska lançou sua biografia chamada "Outras redes", em que conta toda sua trajetória até as quadras. Ela saiu de casa aos 12 anos e pegou o ônibus para o primeiro teste de vôlei no Minas. Ali, dava seus primeiros passos rumo a uma carreira de conquistas.
Na biografia, publicada em março de 2023, ela conta sua história de amor pelo vôlei: "Girei o mundo, cruzei barreiras e ganhei muito mais do que campeonatos e olimpíadas: pude vencer a mim mesma, superar meus medos e aprender com as minhas fraquezas… Mudei a vida da minha família e plantei a semente da confiança no trabalho árduo dentro do coração do meu país", escreveu.
Setembro Amarelo
Em todo o mundo, a cor amarela é associada ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, data simbólica recordada todo dia 10 de setembro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), só no ano de 2019, 700 mil pessoas optaram por terminar suas próprias vidas, o que representa uma a cada 100 mortes registradas.
O mês de setembro é inteiramente dedicado à missão de trazer à luz questões ligadas à saúde mental e ao debate sobre o suicídio. O lema “Se precisar, peça ajuda” faz parte da campanha “Setembro Amarelo”, que foi proposta no Brasil há quase dez anos.
De 2010 a 2019 no Brasil, foram registradas 112.230 mortes por suicídio. Durante esse período, houve um aumento de 43% no número de vítimas por ano, passando de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019, conforme apontam os dados disponíveis no Ministério da Saúde.
O que caracteriza os sinais depressivos
Os principais sintomas que indicam um quadro depressivo, segundo o Ministério da Saúde, incluem:
- Redução do interesse sexual;
- Insônia ou sonolência: a insônia geralmente é intermediária ou terminal;
- Humor depressivo: sentimentos de tristeza, desvalorização pessoal e culpa;
- Retardo motor: falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentidão do pensamento, dificuldade de concentração, queixas de falta de memória, vontade e iniciativa;
- Dores e sintomas físicos difusos: mal-estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia e sudorese;
- Apetite: geralmente reduzido, mas em algumas formas de depressão pode haver aumento do apetite, com maior interesse por carboidratos e doces;
Principais canais de apoio
Em casos de ajuda ou informações, há meios acessíveis que fornecem apoio emocional e preventivo ao suicídio. Confira abaixo:
Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita).
CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde);
UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro;
Hospitais;