BEIJO FORÇADO

Campeãs do mundo não voltarão a jogar se dirigente assediador não cair

Além das atletas que serviram à seleção espanhola na Copa do Mundo, cerca de 80 outras jogadoras também se juntaram à manifestação

Jogadores espanholas ameaçam não jogar pela Seleção se presidente não renunciar.Créditos: Reprodução/SporTV
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Mais de 80 jogadores da seleção espanhola, dentre elas as atuais campeãs do mundo, emitiram um comunicado, nesta sexta-feira (25), em que afirmam que não voltarão a entrar em campo se Luis Rubiales continuar à frente da presidência da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). 

O protesto é uma forma de apoio a Jenni Hermoso, jogadora que foi beijada à força por Rubiales na final da Copa do Mundo Feminina, onde a Espanha venceu por 1 x 0 a Inglaterra e tornou-se campeã mundial pela primeira vez.

As jogadoras da seleção espanhola, recentes campeãs mundiais, e outras jogadoras, em apoio a Jennifer Hermoso, desejam expressar a sua forte e firme condenação aos comportamentos que minaram a dignidade das mulheres”, afirma nota do FutPRO, o sindicato das jogadoras de futebol da Espanha.

No texto, Hermoso reforça que o beijo não foi consentido. “Quero esclarecer que como se vê nas imagens, em nenhum caso consenti com o beijo que ele me deu”. 

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A atleta complementa declarando que “não tolero que minha palavra seja questionada e muito menos que sejam palavras inventadas que eu não disse”, após o cartola alegar que Hermoso aprovou o beijo “espontâneo, mútuo e muito consentido", como classificou, na Assembleia Extraordinária da Federação Espanhola,  em resposta às manifestações que pedem sua renúncia.

As campeãs “esperam respostas fortes dos poderes públicos para que ações não fiquem impunes e todas as jogadoras que submeterem esta carta não retornarão à convocatória se os líderes atuais continuarem.”

"Enche-nos de tristeza que um acontecimento tão inaceitável consiga manchar o maior sucesso desportivo do futebol feminino espanhol", conclui o texto.

“Simplesmente não fui respeitada”

Em nota própria, também publicada no Twitter, a jogadora diz que as alegações de Rubiales são  "categoricamente falsas" e "parte da cultura de manipulação que ele mesmo criou".

A jogadora precisou de tempo para se posicionar publicamente, após o “choque”, e diz que depois de refletir sentiu a necessidade de denunciar o presidente.

"Acredito que nenhuma pessoa, em nenhuma situação de trabalho, nos esportes ou socialmente, deve ser vítima desse tipo de comportamento não consensual. Senti-me vulnerável e a vítima de um ato impulsivo, sexista e inadequado, sem nenhum consentimento da minha parte. Simplesmente fui desrespeitada."