A seleção da Espanha conquistou a Copa do Mundo Feminina 2023 na vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, com gol de Olga Carmona aos 29 minutos do primeiro tempo. Para levantar o sonhado troféu, as espanholas disputaram sete jogos, acumulando seis vitórias e uma derrota. Fora do campo, a seleção teve atritos internos que precisaram ser superados nos gramados.
O título inédito consagra uma geração que disputou apenas a terceira edição do torneio pelo país: foram eliminadas na fase de grupos da Copa 2015; e em 2019, caíram nas oitavas de final para a campeã da edição, os Estados Unidos.
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Relembre a campanha da Espanha nesta Copa.
Pré-Copa
A seleção campeã é formada, em sua maioria, por atletas do Barcelona, atual campeão da Liga dos Campeões da UEFA, e do Real Madrid. São nove atletas do primeiro clube e oito do segundo, entre as 23 convocadas para a disputa do torneio.
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A Espanha conta com nomes como Alexia Putellas, eleita duas vezes a melhor jogadora do mundo pela Federação Internacional do Futebol (FIFA) e pela revista France Football; Aitana Bonmatí, eleita melhor jogadora da Copa do Mundo Feminina 2023 e na Liga dos Campeões 2023-23; e Jennifer Hermoso, maior artilheira do Barcelona e da seleção nacional.
Os nomes de referência, no entanto, não evitaram que outros problemas surgissem. Em 2022, 15 atletas da seleção espanhola se recusaram a defender o país nas Eliminatórias da Copa 2023, sob a alegação de que não possuíam condições emocionais para seguir atuando em uma equipe comandada pelo técnico Jorge Vilda.
Vilda está no cargo há oito anos e, conforme relatos das jogadoras, não tem a métodos técnicos que as agradem. Um documento de pedido de demissão do treinador foi assinado por várias atletas, de acordo com a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
"Queremos uma aposta firme em um projeto profissional no qual todos os aspectos para obter o melhor desempenho de um grupo de jogadoras com quem acreditamos que mais e melhores objetivos podem ser alcançados sejam considerados. Desejamos o melhor para a RFEF, para a Seleção Nacional Feminina e para nós em particular, sem entrar em guerras públicas. Nunca pedimos a demissão do treinador, como foi referido."
Jogadoras, em nota divulgada nas redes sociais
A RFEF, por meio do presidente da entidade Luis Rubiales, manifestou apoio a Vilda e afirmou que "contará unicamente com jogadoras comprometidas, ainda que tenha que jogar com juvenis".
Fase de grupos
No primeiro jogo da fase de grupos, a Espanha venceu a Costa Rica por 3 a 0, com 81% de posse de bola e 46 finalizações, 12 delas no gol. Bonmatí foi escolhida como melhor jogadora da partida, com um gol anotado.
La Roja aplicou mais uma goleada na segunda rodada da fase de grupos, contra a Zâmbia. O placar de 5 a 0 teve três participações de gol de Jennifer Hermoso – a camisa 10 marcou dois e deu uma assistência. A Espanha novamente se destacou nas estatísticas: 717 passes, 76% de posse de bola, 22 finalizações e 13 ao gol.
Já classificadas à próxima fase, as espanholas entraram em campo na última rodada com a mesma filosofia de jogo e tática definida: controle da bola e jogo ofensivo. Mesmo com 78% de posse e quase 900 passes, a Espanha sofreu um susto na sua campanha: foi goleada pelo Japão por 4 a 0.
Oitavas de final
Com a derrota para as japonesas, a Espanha se classificou na segunda posição do grupo C e enfrentou a líder do grupo A, Suíça. Em mais um atropelo, a goleada por 5 a 1 viu a recuperação do domínio espanhol nas finalizações. Bonmatí marcou dois gols, Hermoso também deixou o seu e a Espanha passou para as quartas de final pela primeira vez na história de sua seleção feminina.
Quartas de final
Contra a então vice-campeã da Copa, a Holanda, a Espanha teve dificuldades de encontrar o gol e abriu o placar apenas nos minutos finais do segundo tempo com pênalti anotado por Caldentey. Porém, as holandesas encontraram um gol nos acréscimos – chute cruzado de van der Gragt aos 90 + 1' e levaram o jogo para a prorrogação.
Na segunda etapa do tempo adicional, Salma Paralluelo rabiscou uma jogada individual e bateu no canto esquerdo da goleira van Domselaar para vencer o jogo. 2 a 1 para a Espanha e duelo na semifinal garantido.
Semifinal
Em jogo disputado e sem muitas chances claras de gol, a partida parecia se encaminhar para a prorrogação até o chute fatal de Paralluelo aos 81'. Sete minutos depois, a Suécia se lançou ao ataque e a ajeitada de Hurtig deixou Blomqvist livre para empatar a partida.
No minuto seguinte, em jogada de escanteio, a lateral Olga Carmona finalizou de fora da área e superou a goleira adversária. Final de jogo eletrizante: Espanha 2 a 1 sobre a Suécia.
Final
No embate decisivo pelo troféu da Copa do Mundo Feminina 2023, a Espanha abriu o placar aos 29' com Olga Carmona, que havia anotado o gol da vitória no jogo anterior. Em chute rasteiro e cruzado, a camisa 6 acertou o canto esquerdo do gol inglês, com assistência de Caldentey.
A Inglaterra, campeã da Eurocopa 2022, tentou atacar, mas sua melhor chance parou na trave – Lauren Hemp finalizou de dentro da área, mas não conseguiu fazer o primeiro das inglesas.
A Espanha poderia ter ampliado o placar no segundo tempo, mas Jennifer Hermoso teve sua cobrança de pênalti defendida pela goleira Mary Earps. Esta foi a segunda cobrança perdida por Hermoso na competição.
Com o 1 a 0, a Espanha é a campeã da Copa do Mundo Feminina 2023. Bonmatí foi eleita a melhor jogadora do campeonato, com três gols, duas assistências e 20 finalizações totais. Hermoso levou o prêmio de segunda melhor do torneio e Paralluelo recebeu a honraria de melhor jogadora jovem.