No Brasil, apenas 6% das mulheres jogam futebol. Entre os homens, a taxa é de 38%. Os dados foram obtidos através de recente pesquisa do Datafolha e revelam que apesar do crescimento - há cinco anos, eram apenas 4% de mulheres, a modalidade precisa de maior incentivo no país.
A visibilidade do futebol feminino cresceu nos últimos anos. Durante a Copa do Mundo de 2023, os jogos foram exibidos em TV aberta pela terceira vez, o governo federal chegou a decretar ponto facultativo em dias de partidas do Brasil e foi a primeira vez que houve incentivo do poder público. Ainda assim, não é suficiente para alavancar público e jogadoras.
Te podría interesar
A pesquisa também mostra que 80% dos homens têm interesse no futebol, enquanto as mulheres são 64%.
Os números baixos refletem as políticas públicas e o comportamento social em torno do futebol feminino.
Te podría interesar
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em http://benfeitoria.com/apoieAto18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Proibidas de praticar futebol em 1941 pelo governo de Getúlio Vargas, as mulheres só puderam voltar a jogar em 1979. Antes disso, durante o período da Ditadura Militar, elas foram ainda mais reprimidas.
“Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza.”
Getúlio Vargas
Apesar de hoje não ser proibido, o futebol feminino ainda sofre preconceito na sociedade, seja de homens que reforçam o machismo ou da própria família de meninas e mulheres que gostam e querem seguir carreira na modalidade.
Em 2019, na Copa do Mundo, a atacante Marta Silva, eleita seis vezes a melhor jogadora do planeta, fez um discurso emocionante pedindo a valorização do futebol feminino.
“Não vai ter uma Formiga, uma Marta, uma Cristiane para sempre. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Então, pensem nisso. Valorizem mais! Chorem no começo para sorrir no fim”.
Em abril deste ano, o governo federal decretou a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, com o “objetivo de gerar apoio de longo prazo e promover, fomentar e incentivar a inserção e a manutenção de meninas e mulheres na modalidade esportiva”.
Infelizmente, o Brasil ficou fora das finais da Copa do Mundo. Ainda assim, a maior atenção dada aos jogos das mulheres indica que o futebol feminino deve crescer em nosso país.
Foram ouvidas 2.535 pessoas na pesquisa, de 16 anos ou mais, entre os dias 31 de julho e 7 de agosto, em 169 municípios de todo o Brasil.