O Corinthians foi denunciado e será julgado no próximo dia 14 de junho no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por conta dos cantos e gritos homofóbicos protagonizados pela sua torcida no clássico disputado contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro deste ano. A partida foi na Neo Química Arena, a casa do alvinegro, em 14 de maio, e acabou empatada em 1 a 1.
Luis Felipe Procópio de Carvalho, auditor presidente da 3ª Comissão Disciplinar do STJD, foi quem acatou a denúncia da Procuradoria contra o clube. O artigo 243, pelo qual o clube foi enquadrado, define o que é considerado como “prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou pessoa com deficiência”.
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O alvinegro agora deve enviar um representante para o julgamento a fim de evitar a punição que pode ser de 120 a 360 dias de suspensão aos torcedores identificados e de cinco a dez partidas para o caso do delito ter sido cometido por jogadores, funcionários do clube e membros da comissão técnica.
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O clube ainda corre o risco de perder mandos de campos e até os pontos da partida em questão. Segundo o artigo 243-G, se constatada a prática realizada por grande número de pessoas vinculadas ao mesmo clube, a entidade pode perder até 3 pontos. A pena máxima ainda pode prever multa de até R$ 100 mil.
Relembre o caso
Em 14 de maio, durante o sonolento clássico contra o São Paulo, na Neo Química Arena, parte da torcida corintiana, lamentavelmente, voltou a entoar cânticos homofóbicos contra o rival. O gesto, que se tornou recorrente, fez com que o árbitro Bruno Arleu interrompesse a partida no segundo tempo. De nada adiantou.
O placar eletrônico do estádio deu aviso aos torcedores, pedindo pra que parassem com a atitude, mas a torcida aumentou a intensidade do canto.
Na entrada dos dois times em campo, já se podia ouvir gritos como "Vamos Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar" e "Vai para cima delas, Timão" . A manifestação, que sempre volta à tona nos clássicos, provinha de torcedores alvinegros situados no setor Norte, onde ficam as organizadas, mas acabou reverberando em outras partes do estádio.
Nas redes sociais, o ato foi repudiado por torcedores e jornalistas. No Twitter, a jornalista Milly Lacombe escreveu: “Que vergonha da torcida do Corinthians: alertada sobre os cantos homofóbicos, cantou mais alto. Masculinidade frágil, tosca, amedrontada".
O jornalista do SporTV André Rizek também condenou o comportamento dos corintianos em Itaquera e chamou a atenção para a contradição. "Não dá pra o Corinthians se vender como clube da democracia, contra o preconceito, e sua torcida entoar cânticos homofóbicos".
O episódio foi relatado na súmula pelo árbitro Bruno Arleu:
- Informo que aos 18 minutos do 2º tempo paralisei a partida por 2 minutos devido gritos homofônicos (seria homofóbicos) da torcida "vamos Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar". Sendo informado no som e no telão do estádio para que os gritos cessassem. Mesmo assim, a torcida continuou gritando efusivamente. E após os gritos cessarem, a partida foi reiniciada. Fato esse comunicado ao delegado da partida e ao chefe do policiamento.