DISPUTA JUDICIAL

Por que editoras alegam na Justiça que Corinthians não é dono do próprio hino

O processo foi aberto pelo clube, em janeiro de 2023, para que o Timão pudesse usar sem restrições seu hino, “Campeão dos Campeões”

Imagem Ilustrativa.Créditos: Divulgação
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O Corinthians está envolvido em uma briga na Justiça por um motivo inusitado. O clube e as editoras Musiclave e Musical Corisco disputam quem tem o direito de usar o famoso hino do Timão, “Campeão dos Campeões”.

As empresas afirmaram à Justiça que o Corinthians não é o dono do seu próprio hino, pois o clube não tem provas de que a música é de sua titularidade e pode ser utilizada livremente.

As alegações foram feitas em contestação encaminhada à Justiça, a qual a coluna de Diego Garcia, no UOL, teve acesso. A abertura do processo foi de responsabilidade do Corinthians, em janeiro de 2023, para que o clube pudesse usar o hino sem restrições.

Conforme as editoras, o clube do Parque São Jorge não tem qualquer direito sobre a música. “Não é ele (Corinthians) o titular do direito ao pretenso. Notadamente existe um contrato de cessão de direitos autorais, sendo que existem herdeiros, que recebem valores conforme combinado entre as partes”, destacaram.

As empresas desqualificaram a alegação do Corinthians de que o clube possuía um “contrato verbal” com o autor do hino, Benedito Lauro D´Ávila. “Ele jamais faria, com quem quer que seja, pois com ele sempre foi tudo documentado. Esse acordo nunca existiu”.

“O Corinthians afirma que foi feito um contrato verbal em 1955, sendo que o compositor veio a falecer somente em 1985 e não deixou nenhum documento”, destacaram.

As editoras disseram, ainda, que o contrato entre as empresas e os herdeiros do compositor ainda está em vigor, o que garante que o processo aberto pelo Corinthians é “fantasioso”. Por isso, solicitaram que a ação seja encerrada pela Justiça.

Clube responde contestação das editoras

O Timão respondeu a contestação na Justiça e afirmou que as editoras não entenderam o objetivo da ação. Os advogados do clube destacaram que o Alvinegro não pretende se apoderar de nenhuma obra, mas quer, somente, que o contrato verbal seja respeitado.

O Corinthians apontou, também, que o acordo verbal com Lauro D´Ávila ocorreu muito antes do vínculo de edição entre o músico e as editoras, o que assegurou direitos autorais aos seus herdeiros até os dias atuais.