DEMOCRACIA CORINTIANA

Duíio Monteiro Alves tenta apagar Casagrande da história do Corinthians

Diretoria lançou uma camisa amarela, relembrando a participação do clube na campanha das Diretas Já e não citou o nome de Casagrande, um dos mais ativos participantes do movimento e atualmente crítico do presidente corintiano

Casagrande foi presente na Democracia Corintiana.Créditos: Reprodução/Instagram
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Duílio Monteiro Alves tem 48 anos. Em 1984, quando o Brasil lutava por Democracia e a campanha das Diretas Ja tomava as ruas, ele era um garoto de nove anos. Não tinha consciência do que se passava, mas estava muito mais perto dos fatos e da História do que a grande maioria de pessoas de sua idade. Seu pai, Adílson Monteiro Alves era diretor de futebol do Corinthians, o clube que se engajou totalmente no movimento democrático.

E se envolveu também e muito por conta de Adílson, um sociólogo. Ele deu liberdade para que jogadores como Sócrates, Wladimir, Juninho e Casagrande modernizassem as relações trabalhistas no clube. Os jogadores passaram a opinar sobre questões do futebol, como concentração, premiação e outras. Dali, se engajaram nas Diretas Já.

A Democracia Corintiana marcou a história do clube. E foi lembrada agora. Uma terceira camisa, de cor amarela foi lançada. Amarelo era a cor das Diretas Já. Na campanha de divulgação, foram lembrados Sócrates e Wladimir. E nada de Casagrande.

É lógico que Duílio conhece Casagrande. Talvez tenha pedido autógrafo. Ou entrado em campo de mãos dadas com ele. E Duílio sabe também a importância de Casagrande naquele movimento. As fotos o mostram ao lado do Sócrates, Rita Lee e Osmar Santos, o locutor das Diretas Jà. Duílio sabe. Se não sabe, não pode ser presidente do clube. Se não sabe, basta perguntar para o pai.

Não é a primeira vez que Duílio desrespeita a história do Corinthians, um clube que esteve em vários momentos ao lado das aspirações populares. Também teve lambe botas de ditadores como Wadih Helou. Ali, a luta é constante. Ditadura x Democracia. Duílio já se colocou ao lado de reacionários quando não permitiu que Cantillo usasse a camisa 24. E ainda fez piada. Depois, foi obrigado a voltar atrás.

Se naquele caso, o mote foi homofobia, agora é questão pessoal. Ele, que é muito criticado por Casagrande, se coloca acima da história do clube. E da história recente do Brasil. Ora, se Casgrande me critica, eu não o homenageio. Mas não é você, Duílio. E o Corinthians. Ao se colocar acima do clube, Duílio se torna uma pessoa menor. Uma pessoa pior do que o mau presidente que tem sido nos últimos três anos.