Em duro artigo em sua coluna no portal Uol, o ex-jogador e comentarista esportivo Walter Casagrande Júnior intimou os atletas a se pronunciarem sobre a acusação de estupro que levou o jogador da seleção brasileira Daniel Alves à prisão na Espanha.
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"Já faz anos que cobro e mostro que a classe de jogadores de futebol é corporativista e se cala em situações importantes em que deveriam se posicionar. Não são só os jogadores, aliás. Uma boa parte da imprensa esportiva também se cala e paparica, passa pano para esses atletas estrelados", diz Casão ao abrir seu artigo.
O comentarista disse que denuncia a situação há muito tempo e que o assunto ganhou corpo durante a Copa do Catar. Casão ainda fala do comportamento de muitos craques e comparou ao dele próprio, que foi usuário de drogas por muitos anos.
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"Estou mostrando que o comportamento desses jogadores, sem generalizar, não é compatível com a posição de ídolos do futebol. Muitos podem dizer: 'E o seu comportamento, foi legal?'. Na parte de posicionamento em questões sociais e na participação como cidadão, foi muito legal. Os erros que cometi foram graves, mas consegui me recuperar e usar o meu problema para alertar e ajudar famílias e pessoas que também são dependente ou codependentes", escreveu.
No artigo, além das acusações contra Daniel Alves, Casagrande ainda fala do "estuprador Robinho", condenado à prisão na Itália e foragido no Brasil, e do goleiro Bruno, que assassinou de forma cruel Elisa Samudio.
"Não se pode mais passar pano para ninguém que comete o crime de estupro, seja ele quem for. Acusado por este crime, Daniel está preso e sem direito a fiança. A Justiça espanhola não quer correr o risco de ser alvo de deboche por parte do suposto criminoso Daniel, como o criminoso Robinho faz com a Justiça italiana".
Casagrande diz que "não é fazer julgamento prévio, mas discutir atitudes antissociais desses ídolos".
"Acho que a sociedade está esperando os jogadores de futebol se posicionarem sobre o caso do estuprador Robinho e sobre essas acusações e implicações do caso Daniel Alves. Código do silêncio com crimes é omissão e conivência. Vocês irão ficar calados até quando?", indaga.