REAÇÃO

Prefeita de Barcelona se manifesta sobre caso Daniel Alves

Ada Colau postou uma mensagem em seu Instagram a respeito da acusação de agressão sexual imposta ao brasileiro, que atuou pelo Barcelona FC por dez temporadas

Ada Colau, prefeita de Barcelona.Créditos: OIDP/Reprodução
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A prefeita de Barcelona, Ada Colau, usou suas redes sociais para se manifestar sobre o caso que envolve Daniel Alves, preso na Espanha, acusado de agressão sexual por uma mulher de 23 anos. O caso ocorreu na boate Sutton, na capital da Catalunha, no dia 30 de dezembro de 2022.

Ada se solidarizou à jovem que denunciou o jogador. “Esses dias você deve ter lido que o jogador de futebol Dani Alves está preso, acusado de supostamente estuprar uma mulher na boate Sutton. Quero aproveitar esta oportunidade para mandar um abraço à vítima. Somos muitos que estão contigo e te mandamos toda a força”, escreveu a prefeita, em catalão.

“Atender e acompanhar às vítimas devem ser prioridade e foi assim que a boate Sutton agiu, seguindo o protocolo #NoCallem da Câmara Municipal de Barcelona. Em 2015, criamos o primeiro Conselho Estadual de Feminismo e LGBTI para promover ações pioneiras como esta, e é bom ver que são úteis, que 39 espaços já se juntaram em Barcelona e que estão sendo exportados para toda a Catalunha”, destacou Ada Colau.

O protocolo #NoCallem (Não se cale), mencionado por ela, é um conjunto de ações para casos de agressão sexual em lugares de lazer.

Barcelona protege a noite como um espaço de liberdade. Quando sofremos um ataque, nossa cidade não deve nos julgar, mas deve nos acompanhar e defender”, acrescentou. “Não nos calamos. Nós vamos continuar saindo à noite, amigos”, completou Ada.

Além de ter sido a cidade onde a agressão ocorreu, a capital da Catalunha foi a casa de Daniel Alves por uma década, tempo no qual o jogador atuou como lateral-direito do Barça, onde conquistou a maioria dos títulos de sua carreira, além de obter projeção mundial.

Polícia espanhola usou armadilha para prender Daniel Alves

A prisão de Dani Alves foi fruto de uma armadilha montada pelos Mossos d’Esquadra, a polícia autônoma catalã. Em um primeiro momento, os investigadores vazaram a informação confirmando que havia, de fato, uma denúncia de agressão sexual contra o jogador.

A seguir, soltaram a falsa informação de que o jogador esteve no banheiro com a vítima por 47 segundos, o que acabou auxiliando o esquema. É um banheiro unissex. Ela permaneceu lá por 14 minutos. Daniel, por 16. 

Assim que soube da acusação, Daniel Alves gravou um vídeo para o programa Y Ahora Sonsoles, da Antena 3, negando as acusações e dizendo que desconhecia a mulher de 23 anos que o denunciara.

O grande problema dos Mossos d’Esquadra era que o jogador não se encontrava na Espanha. Ele estava no México, pois atuava pelo Pumas. Se voltasse ao Brasil, sem acordos de extradição com a Espanha, a prisão se tornaria impossível.

Logo na primeira semana de 2023, dias após o ocorrido (30 de dezembro), os investigadores da agressão sexual supostamente cometida por Daniel Alves viram a denúncia se tornar mais robusta. As testemunhas e a vítima não prestaram depoimentos conflitantes. A descrição da tatuagem em parte íntima de Daniel Alves também corroborou com a averiguação da veracidade da denúncia.

Com a morte de María del Carmen Sanz, sogra do jogador, a polícia entrou em contato com a defesa de Daniel Alves e propôs uma reunião informal, cuja finalidade era esclarecer o que aconteceu em 30 de dezembro.

O jogador topou e, assim que aterrissou, teve todos os seus passos seguidos de perto. Ele, no entanto, não sabia da quantidade de provas já obtidas pela corporação.

Quando chegou para depor, ao lado da sua advogada, Daniel Alves já ouviu a ordem de prisão e foi detido, com a intenção de que a promotoria e a juíza do caso atestassem as contradições do jogador.