HOMOFOBIA NO FUTEBOL

Danilo, do Palmeiras, se desculpa por chamar são-paulinos de “bambis”

O jogador pode pegar de cinco a dez partidas de suspensão por “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante”

Danilo do Palmeiras.Créditos: Cesar Greco/Palmeiras
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O volante Danilo, do Palmeiras, se desculpou nesta terça-feira (5) por ter usado o termo "bambi" para se referir ao São Paulo. O fato aconteceu depois da conquista do título do Paulistão pela equipe alviverde, em goleada por 4 a 0 sobre o rival tricolor no último domingo.

"Os cara tão cagado. Os bambi tá cagado!", disse o jogador em uma gravação, feita, aparentemente, por ele mesmo. E distribuída nas redes sociais.

"Estou aqui para pedir desculpas a todos pela forma como me comportei depois da conquista do título paulista. Acabei me deixando levar pelo calor do momento e usei algumas palavras que não deveria ter usado. Sou negro, nasci no Nordeste e vim de família humilde. Jamais faria algo com a intenção de agredir ou ofender alguém. Quem me conhece sabe do meu caráter e de todas as dificuldades que superei para chegar a um dos maiores clubes do futebol mundial", escreveu o jogador em uma de suas páginas nas redes sociais.

Danilo disse ainda que não teve qualquer intenção de ofender o clube ou os torcedores do São Paulo. Ele também relembrou seu histórico como jogador e sua disciplina como atleta do Palmeiras, seja dentro ou fora do campo.

"Faço parte do elenco profissional do Palmeiras desde 2020 e sempre cumpri todas as regras. Dentro de campo, sou um atleta disciplinado, leal, que toma poucos cartões e procura fazer o melhor pela equipe. Mas, fora de campo, sou um ser humano que acerta e erra, como qualquer outro. Exagerei nas brincadeiras e, por isso, peço novamente desculpas. Sou jovem e estou disposto a aprender com tudo o que aconteceu", concluiu o atleta.

Suspensão

Dirigentes são-paulinos denunciaram Danilo à procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva. De acordo com o artigo 243-G, o jogador pode pegar de cinco a dez partidas de suspensão por “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.