O PT, partido de Marta Suplicy, vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), afirmou que o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) responderá na Justiça por associar o candidato do PSOL ao PCC no dia da votação e que o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) "deveria ser preso por crime eleitoral"
"Os fatos mostram o contrário: é Ricardo Nunes quem tem relações com o PCC, tanto nas nomeações que fez quanto nas contratações da prefeitura que são objeto de investigação do Ministério Público. O desespero do governador deixa ainda mais claro o clima de virada que vemos nas ruas. Hoje é dia de votar 50; amanhã o governador responderá pelos seus atos. Ele deveria ser preso por usar a máquina pública para cometer mais esse crime eleitoral", afirma o diretório do partido em nota assinada pelos presidentes estadual, Kiko Celeguim, e municipal de São Paulo, Laércio Ribeiro - leia a íntegra ao final da reportagem.
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Em publicação nas redes sociais, a presidenta nacional da sigla, Gleisi Hoffman (PT-PR), afirmou que o governador paulista cometeu um crime dos mais graves ao espalhar "a maior fakenews de toda a campanha" durante a votação.
"Tarcísio deixou pra espalhar na manhã da eleição a maior fakenews de toda a campanha. É um crime dos mais graves a divulgação, pelo governo de São Paulo, de bilhetes apócrifos, tentando associar a campanha de Boulos e Marta a uma facção criminosa", diz a deputada.
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Gleisi ainda levanta a dúvida dos motivos que levaram Tarcísio divulgar os tais comunicados apenas no dia da votação. Segundo o Metrópoles, os supostos bilhetes citando Boulos foram interceptados em setembro, ainda no primeiro turno das eleições.
"Deixou pra espalhar essa mentira só hoje pra tentar escapar da Justiça Eleitoral, armação rasteira e covarde, típica dos seguidores de Bolsonaro como Tarcísio e Nunes. Além de crime eleitoral, é um ataque e uma ofensa aos eleitores e eleitoras de Boulos e Marta", afirma a presidenta do PT.
Ex-secretário de Habitação, Reforma Urbana, Apoio à Reforma Agrária e Segurança Alimentar na administração Fernando Haddad (PT) na prefeitura paulistana, o deputado estadual Simão Pedro afirmou que "Tarcisio de Freitas não passa de um fascista bolsonarista de primeira espécie".
"Divulga fake news contra Boulos na maior cara dura e de maneira criminosa. Porquê seu "serviço de inteligência" não funcionou sobre os indícios que o PCC tomou conta de setores da gestão Nunes?", escreveu nas redes.
O advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, afirmou que o coletivo de juristas entrará com ação criminal contra Tarcísio.
"É extremamente irresponsável e leviana a declaração dele, ainda num momento em que as urnas estão abertas. É gravíssimo, ele é governador do estado. Isso mostra para a população o quanto ele e Jair Bolsonaro de fato são parecidos", afirmou à Folha de S.Paulo.
"O que ele [Tarcísio] esconde é a relação de alguns membros do governo dele e do candidato que ele apoia [Nunes] com o PCC", emendou Carvalho.
O advogado ainda traçou uma comparação entre o governador e Bolsonaro, de quem foi ministro.
"A natureza humana é implacável. Tarcísio tenha se diferenciar do Bolsonaro e mostrar ao eleitor que é uma opção da extrema-direita come com garfo e faca. Mas em atitudes como esta ele reproduz o modus operandi do bolsonarismo, do qual ele é filho legítimo".