Cortejado pela mídia liberal para ser o candidato da "direita cheirosa" na terceira via contra Lula em 2026, o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) fez uma jogo sujo com a Folha de S.Paulo, que recebeu R$ 3 milhões da prefeitura paulistana para publicar matérias pagas bajulando Ricardo Nunes (PSDB), no dia da eleição.
De forma criminosa, suja e sem apresentar quaisquer provas, o governador paulista, em entrevista ao lado de Nunes, afirmou que "teve um salve" do Primeiro Comando da Capital, o PCC, organização criminosa que tem vasta ligação com esquemas na prefeitura de São Paulo.
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"A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas", emendou Tarcísio.
Em seguida, um jornalista da Folha fez a dobradinha, indagando o governador sobre qual seria o candidato indicado pelo PCC em São Paulo. O bolsonarista neofacista respondeu de bate pronto: "Boulos", sem apresentar quaisquer provas.
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Rapidamente, o jornal da família transformou a declaração em uma publicação safada para lacrar nas redes sociais: "Tarcísio afirma que PCC orientou voto em Boulos", diz o card, com foto de um sorridente Tarcísio.
A canalhice do jornal da família Frias foi tamanha, que ao repercutir a declaração com o candidato do PSOL, o próprio folhetim diz que "Tarcísio diz sem apresentar provas que PCC orientou voto em Boulos".
A Folha ainda contou com a parceria do portal Metrópoles, que no dia anterior, na coluna de Paulo Cappelli, publicou: "PCC: bilhetes interceptados mostram indicações de voto em São Paulo". Foi de um jornalista do site de onde partiu a pergunta, que foi disseminada rapidamente em vídeo nas redes.
Cumplicidade
O texto diz que uma das mensagens "foi localizada no dia 10 de outubro, já no segundo turno das eleições, na Penitenciária II de São Vicente", sem questionar o motivo de ser tornada pública um dia antes da votação em segundo turno.
Após relatar que um dos comunicados contraindicando voto na candidata bolsonarista em Santos, Rosana Valle (PL), e que "o motivo seria o alinhamento com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite", o Metrópoles cita outros "quatro comunicados com indicações de voto na chapa formada por Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) na disputa pela Prefeitura de São Paulo".
Segundo o site, "os bilhetes manuscritos foram apreendidos em setembro, antes do primeiro turno das eleições em São Paulo" - novamente sem levantar a questão sobre o motivo que teriam sido tornados públicos só agora.
Em seguida, o Metrópoles cita um outro comunicado "localizado no dia 11, na Penitenciária II de Presidente Venceslau, onde o líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, esteve preso entre 2006 e 2019", sem dar detalhes.
O site também ignora que justamente o ex-cunhado de Marcola, Eduardo Olivatto é Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) e está sendo investigado por supostamente pressionar e coagir funcionários terceirizados da prefeitura a votarem no atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) nas eleições municipais.
Olivatto ainda estaria à frente de um esquema criminoso em contratos emergenciais milionários celebrados entre a secretaria de obras e empresas ligadas a Ricardo Nunes.
A mão nem tão oculta de Bolsonaro
A jogada suja e canalha entre Tarcísio, Folha de S.Paulo, Metrópoles e Ricardo Nunes, ainda contou com a ajuda de um integrante da cota de Jair Bolsonaro (PL) no governo de São Paulo.
Os comunicados foram vazados - ou seria criados? - pela Secretaria de Administração Penitenciária, que é comandada pelo coronel Marcello Streifinger que é ligado a Derrite e entrou no governo na cota reservada ao ex-presidente.
No dia da votação, Tarcísio revive com Boulos a velha tática da burguesia paulistana contra Lula em 1989, quando a polícia de São Paulo apresentou, às vésperas da eleição presidencial, e a mídia liberal propagou imagens de camisetas do PT e material de campanha de Lula juntamente com os sequestradores de Abílio Diniz.
A velha tática, no entanto, foi travestida de uma nova roupa ainda mais suja que a estratégia de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno das eleições, quando divulgou um laudo falso sobre uso de drogas contra Boulos.
Sujo, Tarcísio usa a mentira e o terror típicos da burguesia para fechar o conluio com a mídia liberal na guerra não só contra Boulos nas eleições de 2024, mas contra Lula na disputa presidencial em 2026.
Colaborou Mauro Lopes, da TV Fórum