HORIZONTE

Do BC para o Nubank: O novo emprego de Campos Neto

Presidente do Banco Central durante o governo Bolsonaro, Campos foi duramente criticado por manter, durante tempo prolongado, a alta da taxa de juros

Do BC para o Nubank: O novo emprego de Campos Neto.Créditos: Paulo Pinto/Agência Brasil
Escrito en ECONOMIA el

O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi nomeado pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro, foi anunciado hoje como o novo vice-chairman do Nubank e chefe global de políticas públicas. Campos também terá um assento no conselho do banco. Ele assume o cargo quando terminar o período de quarentena após ter deixado a instituição pública.

"Damos as boas-vindas a Roberto Campos Neto, que tem sido um dos principais pensadores do mundo sobre como usar a tecnologia para avançar os sistemas financeiros locais por meio de sistemas como o Pix e o Open Finance", declarou, em nota, o fundador e CEO do Nubank, David Vélez.

Por meio de uma nota, Campos Neto disse que está "ansioso por essa mudança de carreira e por liderar as equipes do Nubank em sua jornada contínua para desenvolver produtos e serviços financeiros inovadores, apoiando políticas e regulações modernas e competitivas no cenário internacional, levando a um maior acesso, transparência e qualidade para os consumidores".

Quem é Roberto Campos Neto

Roberto de Oliveira Campos Neto é um economista brasileiro, nascido em 28 de junho de 1969, conhecido por ter presidido o Banco Central do Brasil entre 2019 e 2024, durante os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Neto do economista liberal Roberto Campos, foi apontado pela esquerda como representante dos interesses do mercado financeiro no centro da política monetária do país.

Sua gestão à frente do BC ficou marcada pela manutenção prolongada da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados, o que gerou críticas contundentes de setores progressistas, que o acusavam de sabotar a retomada do crescimento e impedir avanços sociais. Durante o governo Lula, Campos Neto foi alvo de pressão por parte da base governista, que apontava um suposto boicote político da autoridade monetária à política econômica do Planalto.

Outro ponto criticado por economistas heterodoxos e movimentos sociais foi sua defesa intransigente da autonomia do Banco Central, formalizada por uma lei aprovada em 2021, durante o governo Bolsonaro, e vista por opositores como um instrumento de blindagem do poder financeiro frente a governos populares.


 

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