Um levantamento feito pelo economista Cleiton Silva, com base em dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que, durante o governo Lula, a política de valorização do salário mínimo aumentou o poder de compra da cesta básica.
O economista e professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana elaborou um comparativo entre os dois primeiros anos da gestão Lula 3 e os dois primeiros anos do governo Bolsonaro.
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"Nestes dois anos do Governo Lula III, o valor da cesta básica na cidade de São Paulo (DIEESE), por exemplo, subiu 6,3%, enquanto o salário mínimo, no mesmo período, subiu 16,5%. O poder de compra do salário mínimo aumentou nesse recorte temporal: uma maior quantidade de comida pode ser comprada hoje com 1 salário mínimo do que no momento em que Lula assumiu, no início de 2023", explicou.
"Nos dois primeiros anos do Governo Bolsonaro, por outro lado, o valor da cesta básica em São Paulo subiu expressivos 33,9%, e o salário mínimo subiu apenas 9,5%. Neste caso, o poder de compra do salário mínimo caiu nos dois primeiros anos do Governo Bolsonaro", complementou o economista.
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Utilizando o valor da cesta básica (que inclui carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes, pão francês, café em pó, frutas, açúcar, óleo e manteiga) em São Paulo e comparando-o com o salário mínimo, o economista mostrou que a relação entre o salário mínimo e o preço dos alimentos cresceu durante o governo Lula e caiu durante os dois primeiros anos do governo Bolsonaro.
A importância do poder de compra
Segundo Cleiton, é natural que o valor nominal dos alimentos suba ao longo do tempo. A comida sempre ficará mais cara. A questão é o quanto é possível comprar de comida com a renda disponível para a população.
O economista aponta que a política de valorização do salário mínimo — que afeta a maior parte da população brasileira — tem recuperado o poder de compra dos alimentos, mesmo com o valor nominal dos ítens da cesta básica crescendo.
O professor elaborou um gráfico que traça a comparação da relação entre salário e preço da cesta básica de diversas cidades ao longo dos anos e dos mandatos de diferentes presidentes:
"Se, no final do segundo ano do Governo Lula III, era possível comprar 9,6% a mais de alimentos (cesta básica) do que no início de 2023, no final do segundo ano do Governo Bolsonaro era possível comprar 18,2% a menos de alimentos (cesta básica) do que no início de 2019. A julgar por este indicador, pode-se dizer que a situação melhorou para o trabalhador assalariado nos dois primeiros anos do Governo Lula III e piorou para o trabalhador assalariado nos dois primeiros anos do Governo Bolsonaro", afirmou o economista à Fórum.