Levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira (21) mostra que a maior parte da população brasileira é a favor da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo a pesquisa, 67% dos brasileiros aprovam a medida, enquanto 23,2% são contra e 9,8% não opinaram.
O levantamento entrevistou 2.018 eleitores entre 7 e 10 de janeiro, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais, e mostra que 39,2% da população ainda não tem conhecimento da proposta, o que sugere dificuldades em sua divulgação. Contudo, entre aqueles que já conhecem, a aceitação é majoritariamente positiva.
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Outros dois levantamentos feitos no final de 2024 também indicaram ampla aprovação da proposta. A pesquisa realizada pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, em dezembro, confirmou o forte apoio popular à isenção do IR até R$ 5 mil: 82% favoráveis.
O estudo também abordou a criação de um tributo extra sobre rendimentos superiores a R$ 600 mil anuais, com o objetivo de compensar a queda na arrecadação. De acordo com a AtlasIntel, a medida é apoiada por 57,6% dos entrevistados, mas enfrenta resistência de 36,1%.
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Em pesquisa realizada pelo Datafolha entre 12 e 13 de dezembro, 70% dos brasileiros manifestaram apoio à isenção do Imposto de Renda para ganhos de até R$ 5 mil mensais, enquanto 26% se opõem à medida e 4% se dividem entre indiferentes ou indecisos.
Além disso, a proposta de taxar rendas superiores a R$ 50 mil mensais como forma de compensação conta com o respaldo de 77% da população, enquanto 20% se mostram contrários, reforçando o apoio a medidas que aumentem a carga tributária sobre os mais ricos.
A ideia de elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil, defendida por Lula durante sua campanha e reafirmada pelo ministro Fernando Haddad, ainda não foi encaminhada ao Congresso Nacional. Embora haja uma grande aceitação popular, a implementação da medida enfrenta obstáculos políticos e econômicos, incluindo o equilíbrio fiscal e a obtenção de apoio no Legislativo. Durante todo o ano passado, Haddad defendeu tributar super-ricos como um meio de garantir desenvolvimento sustentável no país, mas enfrentou resistências do Centrão e da direita.
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Em 2024, a Fórum fez uma lista com os deputados que votaram a favor e contra a taxação da grandes fortunas do PLP 108/24, por partido e região. Partidos de centro, centro-direita e direita como Avante, União Brasil, PL, PP, PSDB, Republicanos, MDB e Podemos concentram a maioria dos votos que levaram à derrubada da emenda.
A Câmara dos Deputados decidiu, por 262 votos a 136, barrar a proposta de criar um Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) no âmbito da reforma tributária, do projeto de lei complementar. A medida, apresentada como destaque pelo PSOL, buscava aplicar uma taxação a patrimônios superiores a R$ 10 milhões, para promover maior justiça fiscal no país. No entanto, a sugestão não conseguiu apoio suficiente para ser incorporada ao texto final da reforma, aprovado pela maioria dos parlamentares.
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