Um estudo publicado na revista World Development Perspectives revelou dados surpreendentes sobre o impacto de longo prazo do Bolsa Família, criado ainda no primeiro mandato do governo Lula.
Contrariando a narrativa frequentemente promovida pela extrema direita, a pesquisa mostra que o programa não apenas ajuda a aliviar a pobreza, mas também promove a mobilidade social e reduz a dependência de assistencialismo.
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A pesquisa, que foi financiada pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social, analisou informações de beneficiários do Bolsa Família com idades entre 7 e 16 anos em 2005 até a idade adulta, em 2019.
Os resultados são impressionantes: 64% desses beneficiários não dependiam mais de programas sociais do governo federal em 2019. Além disso, 45% acessaram o mercado de trabalho formal pelo menos uma vez entre 2015 e 2019.
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Embora os ex-beneficiários estejam empregados em ocupações de pior qualidade e remuneração em comparação com a média dos não-beneficiários, sua maior participação no mercado de trabalho formal já representa um avanço considerável em relação às suas condições na infância e juventude.
"Mostramos uma alta correlação entre a emancipação de programas sociais e a participação no mercado de trabalho", afirmam os pesquisadores no estudo.
Este aumento na participação no mercado de trabalho formal pode levar a maiores contribuições fiscais através do aumento da massa salarial, ajudando a equilibrar o orçamento do governo.
Diferenças regionais e de gênero
Os resultados indicam variações significativas nas características individuais e regionais do Brasil. Indivíduos do sexo masculino, mais velhos e brancos apresentam os níveis mais altos de mobilidade. As regiões mais ricas do Brasil, especialmente no Sul, mostraram quase o dobro de mobilidade em comparação com as regiões menos favorecidas do Norte, sugerindo políticas de integração regional e crescimento equitativo para melhora do quadro.
Este estudo desmonta a narrativa de que programas como o Bolsa Família "dão o peixe, mas não ensinam a pescar".