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Efeito Lula: Brasil foi o segundo país que mais recebeu investimentos estrangeiros em 2023, diz OCDE

Relatório da organização aponta também para redução do nível global de investimentos, o menor já registrado desde 2005 em razão de "tensões geopolíticas em curso e altas taxas de juros"

Créditos: Ricardo Stuckert - No governo Lula, Brasil é o segundo país na lista de destino de investimentos estrangeiros diretos
Escrito en ECONOMIA el

O Brasil ficou em segundo lugar no ranking global de destino de investimentos estrangeiros em 2023. De acordo com informações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país ficou atrás apenas dos Estados Unidos.

Os dados da OCDE mostram que o Brasil recebeu US$ 64 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED) no primeiro ano do Governo Lula III.

O líder da lista, os EUA, receberam US$ 341 bilhões em IED e em terceiro lugar figura o Canadá, com US$ 50 bilhões. O documento aponta ainda que houve uma redução global de IED, "abaixo de qualquer nível registrado desde 2005" em um contexto geral de tensões geopolíticas em curso e altas taxas de juros.

Destaques do relatório da OCDE

O relatório da OCDE foi divulgado no último dia 30 de abril e ressalta que houve redução global dos investimentos estrangeiros diretos em 2023. Confira os destaques:

  • Os fluxos globais de IED caíram 7% em 2023, para US$ 1.364 bilhões, seguindo uma tendência de queda e permanecendo abaixo dos níveis pré-pandemia pelo segundo ano consecutivo.
     
  • Quedas foram registradas em 2023 em mais de dois terços das economias da OCDE e de outros países, em particular na China, que recebeu fluxos de IED historicamente baixos em um contexto geral de tensões geopolíticas em curso e altas taxas de juros.
     
  • No geral, os fluxos de IED nas economias do G20 não pertencentes à OCDE caíram 46% em 2023.
     
  • Apesar dessa tendência geral de queda, os Estados Unidos, o Brasil e o Canadá foram os três principais destinos de IED no mundo em 2023.
     
  • Os fluxos de capital da OCDE permaneceram abaixo de qualquer nível registrado desde 2005, refletindo em parte uma desaceleração na nova atividade de investimento.
     
  • A atividade de Fusões e Aquisições (M&A) transfronteiriças continuou em tendência de queda, atingindo uma baixa recorde de dez anos em 2023, à medida que o ambiente econômico e geopolítico geral continuava se deteriorando.
     
  •  Em geral, a atividade de investimento em projetos iniciais estagnou em 2023, mas as tendências divergiram entre economias avançadas e economias emergentes e em desenvolvimento.

Leia aqui o relatório da OCDE na íntegra, em inglês.

Lula é um ímã para investimentos

Uma das maneiras que o presidente Lula capta recursos estrangeiros diretos ao Brasil é por meio das viagens presidenciais. No dia 18 de março deste ano, a Secretaria de Comunicação Social (Secom), da Presidência da República, divulgou uma nota na qual informa as conquistas alcançadas pelo governo a partir de viagens a outros países.

"O Brasil, após hiato de quatro anos como pária internacional, voltou a ser convidado para os principais eventos globais e a ser recebido pelas principais lideranças do mundo. Além disso, em reconhecimento à importância do país e de suas atuais lideranças, líderes globais também voltaram a visitar o país", diz a nota.

O texto elenca que as viagens realizadas pelo presidente Lula já resultaram em diversos acordos bilaterais e atração de investimentos para o país, como a atração de mais de R$ 117 bilhões de montadoras estrangeiras no país.

Na viagem à China, em abril de 2023, além dos 15 acordos entre os dois governos, outros 42 acordos foram assinados entre empresas brasileiras e chinesas e entre empresas chinesas e o governo brasileiro. A previsão é que os acordos com a potência asiática rendam investimentos de até R$ 50 bilhões.,

Há ainda outros R$ 12,5 bilhões dos atos assinados com os Emirados Árabes, especialmente na área de energia verde. Além disso, a visita à Arábia Saudita resultou em anúncio de investimentos de até R$ 50 bilhões do Fundo Soberano do país em projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil, inclusive no âmbito do PAC, até 2030.

Também as empresas portuguesas EDP e Galp anunciaram investimentos de R$ 32 bilhões. Por fim, o Japão anunciou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no setor de saúde brasileiro.

Por meio das viagens empreendidas até o momento, o Brasil fechou até agora ao menos 57 acordos bilaterais de diversos níveis: 7 com a Argentina, 15 com a China, 4 com os Emirados Árabes Unidos, 13 com Portugal, 4 com a Espanha, 2 com o Japão, 7 com Angola, 2 com São Tomé e Príncipe, 3 com Cuba, 19 com a Alemanha e 2 com Egito.

As viagens presidenciais ajudaram também na abertura de 96 novos mercados para produtos brasileiros. Exemplo disso é a recente habilitação de 38 frigoríficos para exportar à China, a maior de uma só vez, totalizando 146, o que sozinho pode representar um aumento de US$ 10 bilhões na exportação de proteína animal para o país asiático.

"A atual gestão, ao contrário da anterior, não antagoniza a China, o principal parceiro econômico do Brasil. O presidente da China, Xi Jinping, será recebido no Brasil em visita de Estado no segundo semestre", alfineta a Secom.

Além disso, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as doações ao Fundo Amazônia, retomadas após paralisia de quatro anos no governo anterior, atingiram recorde de US$ 726 milhões. Outros R$ 3,1 bilhões devem ser doados ao longo de 2024 por EUA, Noruega, Reino Unido, União Europeia e Dinamarca.