O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto é um neoliberal. E, como bom neoliberal, tem medo do crescimento econômico e de dinheiro nas mãos dos trabalhadores.
Nesta terça-feira (30), ele deu uma entrevista ao também neoliberal William Waack, na CNN. O jornalista que foi demitido da Globo por uma fala racista questionou a visão do economista sobre o pleno emprego.
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O tema entrou na pauta porque, no mesmo dia, o IBGE publicou os níveis de desemprego para março, que foram os melhores desde 2014, com alto nível de formalização.
Desde janeiro de 2023, o governo Lula criou 2,2 milhões de empregos e deve chegar ao patamar de pleno emprego (entre 6% e 3% de desemprego) já em seu primeiro mandato.
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Campos Neto elogiou... Mas durou pouco.
"O BC adora quando temos um regime de emprego pleno, quando todo mundo que está procurando trabalho encontra, que é nossa situação atual, que melhorou muito e foi uma grande surpresa", disse.
Na sequência, pressionado por Waack a falar sobre os impactos dessa situação na inflação, Neto revelou sua opinião verdadeira.
“A preocupação vem quando as empresas não conseguem contratar, e você tem que começar a subir o salário. Se você sobe o salário para o mesmo nível de produção, isso significa que você está iniciando um processo inflacionário. Então, a preocupação vem daí”, disse.
“Existe essa preocupação, porque há uma incerteza de como a mão de obra apertada influencia a parte de serviços. (Esse indicativo de pressão inflacionária) apareceu em dois ou três números de inflação, mas recentemente está um pouco melhor”, completou o economista.
O crescimento do emprego pode servir de argumento para que o BC mantenha os juros altos na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e, assim, trave o aumento do PIB para 2024.
O mandato do bolsonarista acaba em 31 de janeiro deste ano.