ECONOMIA

Prévia mostra inflação abaixo das expectativas dos chacais do mercado

Copom usou terror provocado pelos chacais do mercado com a "desancoragem da inflação" para justificar alta da Selic em 1 ponto e provocar pânico com dólar. Mas, fatos e dados mostram que especulação foi política

Roberto Campos Neto e seu sucessor na presidência do BC, Gabriel Galípolo, em entrevista sobre inflação.Créditos: Flickr / Banco Central
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O terror provocado pelos chacais do mercado com a "desancoragem da inflação", que resultou no aumento em 1 ponto na taxa Selic e na subida repentina do dólar acima dos R$ 6, fica cada dia mais distante dos fatos e da realidade econômica. E comprova que a especulação do sistema financeiro foi puramente política.

ENTENDA: Alta do dólar: chacais do mercado querem carne e sangue

Divulgado nesta sexta-feira (27) pelo IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que funciona como prévia a inflação, mostra uma nova desaceleração nos preços que deve ficar em 0,34% em dezembro - 0,28 ponto percentual abaixo do resultado de novembro (0,62%).

Com isso, a inflação deve fechar o ano em 4,71%, 0,21% acima do teto da meta - 3% com banda de 1,5 pontos para cima ou para baixo, podendo chegar a 4,5%.

Na ata divulgada para justificar a Selic em 12,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se baseia ns previsões dos 171 agentes financeiros ouvidos pela pesquisa Focus, que estimavam alta de 4,9% dos preços em 2024 – 0,4% acima do teto da meta.

"Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões", ameaça, em seguida, o Copom, prometendo colocar mais dois pontos percentuais na Selic já no primeiro semestre de 2025.

Habitação e preço da energia puxam baixa

Segundo o IBGE, a desaceleração dos preços foi puxada pelo setor de habitação, que registrou deflação de 1,32%.

"A energia elétrica residencial recuou 5,72% em dezembro, em decorrência do retorno da vigência da bandeira tarifária verde, a partir de 1º de dezembro, com a qual não há cobrança adicional nas faturas. Em novembro, esteve em vigor a bandeira tarifária amarela", diz o IPCA-15.

A alta ainda foi puxada pelo setor de alimentação e bebidas. Com o aumento do consumo no final do ano, os preços tiveram reajuste médio de 1,47%.

"Contribuíram para esse resultado os aumentos do óleo de soja (9,21%), da alcatra (9,02%), do contrafilé (8,33%) e da carne de porco (8,14%). No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-9,85%), o tomate (-6,71%) e o leite longa vida (-2,42%)", diz o IBGE.
 

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