REVOLUÇÃO SOBRE RODAS

Uma nova gigante automobilística: a fusão de duas montadoras que deve abalar o mercado

Concorrência chinesa pode fazer com que duas tradicionais empresas automobilísticas unam forças em uma holding

Fabricante tradicional da indústria automobilística está em dificuldades financeiras
Fabricante tradicional da indústria automobilística está em dificuldades financeirasCréditos: Pixabay
Escrito en ECONOMIA el

A possibilidade de uma fusão de duas grandes montadoras japonesas para melhorar as condições de competitividade contra a rápida ascensão das fabricantes chinesas está ficando cada vez mais forte.

Segundo informações do Financial Times, a Nissan e a Honda estão projetando uma fusão que criaria uma gigante avaliada em US$ 52 bilhões.

"Tal como anunciamos em março e agosto, estamos a discutir as possibilidades de cooperação com a Nissan em muitas áreas" e uma possível fusão "está entre as possibilidades", disse, nesta quarta-feira (18), um porta-voz da Honda à Agence France-Presse
"A Honda e a Nissan estão explorando várias possibilidades de colaboração, para tirar partido dos respectivos pontos fortes", afirmou em nota a Nissan.

As duas montadoras já têm uma parceria para desenvolver software, baterias e outros componentes de veículos elétricos. 

Atualmente, Honda e Nissan são, respectivamente, a segunda e terceira maiores montadoras japonesas, atrás apenas da Toyota. A fusão também poderia incluir a Mitsubishi Motors, da qual a Nissan é o principal acionista, na holding.

Dificuldades financeiras das montadoras

A Nissan atravessa um momento de profundas dificuldades e o grupo anunciou, em novembro, o corte de 9 mil postos de trabalho, com redução da sua capacidade de produção global. A demanda por seus veículos vem caindo em mercados-chave como Estados Unidos e China.

Entre julho e setembro de 2024, suas receitas globais se reduziram em 5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. E suas vendas na China caíram 10% nos primeiros nove meses deste ano.

A situação, no entanto, é bem pior do que sugerem os números de venda. Em novembro, seu lucro operacional caiu aproximadamente 85% no terceiro trimestre e sofreu um prejuízo líquido de 9,3 bilhões de ienes (US$ 60,1 milhões). O lucro operacional consolidado caiu em mais de 90% nos seis meses encerrados em setembro em relação ao observado no mesmo período de 2023.

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