ECONOMIA

Luz e supermercado puxam inflação de 0,56% em outubro em meio ao debate sobre cortes no orçamento

Alta nos preços, divulgada após aumento da taxa Selic, foi puxada pela tarifa da energia elétrica e os preços nos supermercados, com destaque para carnes, com o aumento de 9% no preço do acém

Compras nos supermercados ficaram mais caras em outubro, segundo o IBGE.Compras nos supermercados ficaram mais caras em outubro, segundo o IBGECréditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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O debate em torno dos cortes no orçamento, que segue na tarde desta sexta-feira (8) quando Lula se reunirá com ministros de seu governo, ganhou um fator extra com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, referente ao mês de outubro logo pela manhã.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o mês de outubro registrou alta de 0,56%, elevando as expectativas que a inflação possa romper a meta imposta pelo arcabouço fiscal, de 3%, com variação de até 1,5 ponto - com teto de 4,5% -, para o ano de 2024.

Os dados mostram que faltando dois meses para se encerrar o ano, a inflação acumulada chegou a 3,88%. Nos últimos 12 meses, de novembro de 2023 a outubro de 2024, o índice bateu 4,76%.

O IBGE mostra ainda que a elevação dos preços vem subindo mês a mês, o que dificulta o controle para se chegar ao teto de 4,5% no ano.

Após uma leve deflação, de -0,02%, em agosto, o índice de preços ao consumidor subiu 0,44% em setembro, antes de atingir os 0,56% no mês subsequente.

A divulgação da alta acontece dois dias após o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto, a 11,25% ao ano.

Na segunda-feira (4), o boletim Focus - que ouve um seleto grupo de analistas ligado ao sistema financeiro - elevou a projeção da inflação para 4,59% em 2024, acima do teto da meta.

Habitação e Alimentos puxam alta

Segundo o IBGE, a alta dos preços em outubro foi puxada pelos setores de habitação (1,49%) e alimentos e bebidas (1,06%). Os outros sete grupos ficaram entre o recuo de 0,38% de Transportes e a alta de 0,70% de Despesas Pessoais.

Em habitação, a energia elétrica subiu 4,74% com a bandeira vermelha patamar 2 e foi a grande responsável pela alta no setor. 

Em Alimentação e bebidas (1,06%), o vilão foi o supermercado, com a alimentação no domicílio passando de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro.

Foram observados aumentos nos preços das carnes (5,81%), com destaque para os seguintes cortes: acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Altas também foram observadas no tomate (9,82%) e no café moído (4,01%). No lado das quedas, destacaram-se a manga (-17,97%), o mamão (-17,83%) e a cebola (-16,04%).

A alimentação fora do domicílio (0,65%) registrou variação superior à do mês anterior (0,34%). O subitem refeição acelerou de 0,18% em setembro para 0,53% em outubro, enquanto o lanche acelerou de 0,67% para 0,88%.

A inflação acelerou mais em Goiânia (0,80%), influenciada pela alta da energia elétrica residencial (9,62%) e do contrafilé (6,53%). Por outro lado, a menor variação ocorreu em Aracaju (0,11%), por conta dos recuos da gasolina (-2,88%) e do ônibus urbano (-6,22%).