ECONOMIA

Preço do azeite de oliva deve cair pela metade em breve; entenda o motivo

Uma das líderes mundiais em produção de azeite prevê uma queda significativa nos próximos meses e cenário positivo para 2025

Azeite de oliva.Créditos: Pixabay
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Uma das maiores produtoras de azeite de oliva no mundo, a espanhola Deoleo, que responde por marcas como Carbonell e Bertolli em mais de 75 países, afirmou que "um dos momentos mais difíceis" da história do setor produtivo está prestes a acabar.

De acordo com veículos internacionais, o preço do azeite de oliva, que chegou a dobrar no último ano, está começando a apresentar uma queda acentuada nos centros de produção. É o caso de Andaluzia, no sul da Espanha. Com um dos solos mais férteis do mundo para a produção de azeite, a região é responsável por 80% da produção espanhola e por pelo menos metade da produção mundial.

Em Andaluzia, o azeite avista uma queda de 19% na média mensal e de quase 35% na média anual desde janeiro de 2024, de acordo com a CNBC. No começo de 2024, o preço do produto chegou a 9.2 euros; agora, caiu para 6 euros, de acordo com dados da empresa de inteligência comercial Expana.

O cenário positivo do setor está previsto para os meses de novembro e dezembro de 2024, estendendo-se a janeiro de 2025. O motivo? As condições climáticas para a produção e a colheita devem se estabilizar, disse o chefe de vendas da Deoleo, Miguel Angel Guzmán.

Para isso, é preciso que a média de chuvas continue a operar em favor da produção. Mas o prospecto é de que os preços comecem a cair, de fato, a partir do ano que vem — alcançando até 5 euros por litro de azeite, o que pode mudar o cenário de comercialização no resto do mundo.

Num contexto de produção mais acelerada, diz Guzmán, os preços se normalizariam.

Os demais produtores mundiais de azeite, como Grécia, Tunísia e Turquia, também já apresentam bons cenários, com a qualidade da produção melhorada pela estabilização climática e por novos investimentos em tecnologia na agricultura. Na Turquia, a produção deve ser recorde nos próximos meses, e o país pode responder a até 475 mil toneladas de azeite.

Com a subida geral dos preços, entre 2022 e 2024, os agricultores brasileiros viram uma chance de se especializar a fim de atender a uma demanda crescente do mercado nacional. Atualmente, de acordo com dados da Agência Brasil, o país ainda produz menos de 1% do azeite consumido localmente.

O Brasil importa mais de 70 mil toneladas de azeite por ano, especialmente de Portugal e Espanha. O mercado nacional poderia se beneficiar, portanto, de uma expansão do setor produtivo local, concentrada sobretudo na região sul e em regiões de altitude mais elevada, como a Serra da Mantiqueira, cujas condições são favoráveis para plantio.