O lobby do petróleo nos Estados Unidos quer "salvar" o pacote de leis climáticas em vigor no atual mandato de Joe Biden. A Lei de Redução da Inflação (IRA), de 2022, que determina um investimento robusto na economia energética dos EUA (sobretudo para a produção de novas fontes de energia limpa e baixo teor de carbono), tem agradado à indústria do petróleo — num movimento talvez pouco intuitivo.
Como uma legislação que quer desincentivar a queima de combustíveis fósseis, de alta emissão de carbono, poderia beneficiar as petrolíferas?
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A resposta está nos amplos benefícios fiscais previstos no pacote, que concede mais de US$ 369 bilhões em isenção fiscal e US$ 128 bilhões em subsídios para a geração de energia limpa — e já estão na mira da indústria do petróleo.
Sob a meta de implantar mais projetos de energia livre de carbono — ou de mitigar a ação da queima de fósseis, como são as tecnologias para a captura do carbono atmosférico —, o lobby do petróleo se apossa de largas parcelas de investimento governamental e pede a Donald Trump que, caso seja eleito, mantenha o IRA em atividade.
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Apesar de favoráveis ao pacote, no entanto, os industriais não gostam de alguns aspectos da lei, como seu incentivo à produção de veículos elétricos.
Projetos de redução de carbono sim, mas a exclusão integral do uso de combustíveis fósseis seria demais.
Investir em tecnologias dispendiosas para a redução dos efeitos negativos dos combustíveis, sobretudo aquelas produzidas pela própria indústria, seria benéfico à economia norte-americana e ao lobby do petróleo, mas impulsionar uma transição definitiva para fontes renováveis de energia seria aleijar um setor muito poderoso da economia.
O IRA prevê um investimento de quase US$ 80 bilhões em 143 projetos da indústria de veículos elétricos (EVs), o que desagrada bastante os industriais do petróleo.
Nos diálogos em curso com Trump, conforme noticiaram diversos veículos norte-americanos, o lobby do petróleo já tem definidas as áreas a se melhorar e a se manter da legislação anticarbono, embora o candidato à presidência ainda não tenha dito que distinções deve, de fato, adotar caso seja eleito.
Green New Deal
Mas Trump já havia prometido, em discursos anteriores, "acabar com o Green New Deal", que chamou de "Green New Scam" (a "nova fraude" da economia verde), a série de políticas públicas responsáveis por soluções climáticas e redução de gases poluentes do governo norte-americano.
Também havia prometido reverter imediatamente dezenas de novas legislações ambientais aprovadas pela administração de Biden — mas, se a indústria do petróleo for bem-sucedida, não o IRA.
Pelo menos por enquanto.