Uma das empresas mais conhecidas do ramo de brinquedos no país terá sua fábrica leiloada pela segunda vez em 2024. A Gulliver está em recuperação judicial desde 2017 e o leilão eletrônico do imóvel industrial em São Caetano do Sul (SP) será realizado nos dias 9 e 23 de outubro.
O valor de avaliação do imóvel é de R$ 74,8 milhões. A Gulliver pretende que o edifício, composto por dois galpões, seja desmembrado para somente um ser vendido.
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O primeiro leilão foi realizado no início deste ano. A empresa S&F Gestão arrematou, mas não fez o pagamento no prazo estipulado pela juíza da 6ª Vara Cível de São Caetano do Sul, onde corre o processo de recuperação judicial da Gulliver.
“A juíza, então, determinou que o leilão foi negativo e substituiu a empresa leiloeira [Leilão Judicial Eletrônico] do primeiro leilão pela Taba Leilões”, destacou Leonardo Takemoto, responsável pela área comercial-judicial da Taba Leilões, em entrevista ao UOL.
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A gerente geral da Gulliver e filha de um dos fundadores da empresa, Kathia Lavin, disse ao UOL que a direção está em negociação com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para abater 90% do valor de sua dívida tributária. Ela não revela a quantia total da pendência.
“Diante da possibilidade dessa redução da dívida, e tudo sendo feito dentro da lei, nós conseguiremos honrar nossos compromissos sem precisar vender a fábrica toda. Podemos desmembrar o prédio e vender um prédio só. Daí a fábrica continua aqui”, destacou.
De Forte Apache a Super Heróis
A Gulliver é fabricante de uma série de brinquedos populares e tradicionais. Alguns dos mais famosos são o Forte Apache (com cenários e bonecos inspirados no velho oeste americano) e o Forças Armadas (miniaturas de soldados).
Há outros clássicos, como Fazendinha (miniaturas de animais), coleções Super Heróis (Batman, Robin, Homem-Aranha e Capitão América) e Big Frota (com caminhões e máquinas de construção), além de jogos de futebol de botão.
A Gulliver Manufatura de Brinquedos foi fundada em 1970 por Mariano Lavin Filho e Andres Luis Lavin, filhos do espanhol Mariano Lavin Ortiz, que fabricava brinquedos em Madri no início da década de 1950.
Em 1959, ele veio para o Brasil com a família para escapar do governo fascista do general Francisco Franco. Ortiz morreu em 1973, aos 59 anos.
A empresa ganhadora do leilão terá de pagar o imóvel à vista, 24 horas depois da conclusão da operação. O valor arrecadado será utilizado para pagar dívidas com credores da Gulliver.
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