O governo Lula obteve na noite desta terça-feira (23) a sua primeira grande vitória ao ver a Câmara dos Deputados aprovar o arcabouço fiscal, projeto que vai substituir o teto de gastos, que foi introduzido na gestão do ex-presidente Michel Temer (2016-18).
Ao todo foram 372 votos a favor e 108 contra. O mapa de votação dos deputados não traz novidade e confirma o que se especulava, por exemplo, o PSOL votou em uníssono contra o projeto e o PL, partido de Bolsonaro, votou majoritariamente contra, mas também com alguns favoráveis.
Na manhã desta quarta-feira (24), em rápida conversa com a imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a aprovação do arcabouço e afirmou que foi "uma vitória de todos".
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Apesar da aprovação do arcabouço com ampla maioria de votos favoráveis, as regras do arcabouço fiscal dividem opiniões, principalmente entre setores da esquerda, que consideram o texto "uma nova versão do teto de gastos".
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Para alguns parlamentares da extrema direita, "o governo quer liberdade para gastar sem controles necessários".
O deputado Helder Salomão (PT-ES) reconhece que o arcabouço fiscal não é o "regime desejado", mas entende que ele "é um importante avanço para a reconstrução do Brasil".
O fato de o Fundeb ter sido incluído nas regras do arcabouço fiscal também foi criticado.
O arcabouçou fiscal, para o influencer Humberto Matos, "é uma regra para manter os banqueiros felizes".
O argumento de que o texto do arcabouçou fiscal era o possível de ser aprovado diante da atual configuração da Câmara dos Deputados, também foi bastante replicado.
Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do governo federal, comentou a aprovação do arcabouço fiscal.
Para o historiador Jones Manoel, a aprovação do arcabouço fiscal vai garantir "superlucros para a burguesia".
Por fim, o ministro de Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, comemorou a aprovação do arcabouço fiscal. "A medida vai permitir o crescimento sustentável do Brasil, combinando responsabilidade social e fiscal", disse.