Após levar o Brasil ao maior percentual de pessoas na pobreza e extrema-pobreza em 2021, resistindo em princípio a fornecer qualquer auxílio durante a pandemia, Jair Bolsonaro (PL) proporcionou uma redução nos índices em 2022 quando criou uma série de programas sociais emergenciais na tentativa desesperada - e frustrada - de conseguir se reeleger à Presidência da República.
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Dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o percentual de pessoas em situação de pobreza caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022, enquanto a proporção de pessoas em extrema pobreza caiu de 9,0% para 5,9%, no mesmo período.
Em 2022, haviam 67,8 milhões de pessoas na pobreza e 12,7 milhões na extrema pobreza. Frente a 2021, esses contingentes recuaram 10,2 milhões e 6,5 milhões de pessoas, respectivamente.
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O Instituto considerou, nessa análise, os parâmetros do Banco Mundial de US$2,15/dia para extrema pobreza e de US$ 6,85/dia para a pobreza, em termos de Poder de Paridade de Compra (PPC) a preços internacionais de 2017.
Renda
Segundo o IBGE, entre as pessoas em situação de extrema-pobreza, a participação dos benefícios de programas sociais no rendimento domiciliar chegou a 67% em 2022. Nesse grupo, o trabalho era responsável somente por 27,4% da renda.
Entre os domicílios considerados pobres, o rendimento de benefícios de programas sociais chegou a 20,5% do total do rendimento. A renda do trabalho, por sua vez, foi responsável por 63,1%.
“Isso mostra a importância das transferências de renda para a composição da renda dos domicílios das pessoas extremamente pobres e a maior influência do mercado de trabalho na composição da renda da população pobre”, afirma André Simões, analista da pesquisa.
Em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT), o índice de pobreza atingiu o menor percentual dos últimas 10 anos, chegando a 30,8%. Em contrapartida, esse índice chegou a 36,7% em 2021, no governo Bolsonaro.
Em relação à extrema-pobreza, o índice foi de 4,7% em 2014 e quase dobrou, batendo 9%, no penúltimo ano do governo Bolsonaro.
Segundo o estudo, caso os programas sociais tivessem sido abolidos - como defende a extrema-direita - a extrema pobreza teria sido cerca de 80% maior, elevando o percentual atual de 5,9% para 10,6%.
Com relação à pobreza, os impactos da ausência dos benefícios de programas sociais governamentais teriam sido menores, com uma proporção de pobres 12,0% maior do que o efetivamente registrado em 2022, passando de 31,6% para 35,4%.
Veja mais dados da pesquisa no site do IBGE.