Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR) detonou o editorial da Folha de S.Paulo e artigos de um de seus "analistas econômicos" publicados neste sábado (28) que atacam Lula pela declaração de que a meta fiscal "não precisa ser zero".
“Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso de demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida. Eu sei da disposição do Haddad, sei da minha disposição, e quero dizer a vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero. Até porque não quero fazer cortes de investimento e obras. E se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, qual o problema? Absolutamente nenhum. Vamos tomar a decisão correta e fazer aquilo que será o melhor para o Brasil”, disse o presidente em encontro com jornalistas nesta sexta-feira (28).
Te podría interesar
Em editorial, a Folha disse que o "presidente cria problemas e força alta dos juros" e ataca Lula para fazer a defesa do sistema financeiro.
"O presidente parece se comportar como um prefeito desinformado ou um deputado paroquial, para quem governar é inaugurar obras, sem se importar com consequências", diz o jornal da família Frias, que ainda escalou o colunista Vinicius Torres Freire para fazer eco em artigo com o título: "Lula diz bobagem sobre déficit em vez de tratar da burrice social e econômica do país".
Te podría interesar
Nas redes sociais, a presidenta do PT rebateu o jornalão e expôs os interesses e conluios da família Frias, dona da Folha, com o sistema financeiro.
"Deus, a Folha de São Paulo surtou! Dedicou sua manchete, seu editorial e um de seus colunistas para criticar e depreciar o presidente @LulaOficial por sua declaração de que a meta de resultado primário zero é difícil de cumprir. Adjetivos como desinformado, demagógico, burro, foram usados. Está claro q os interesses do jornal estão atrelados ao mercado financeiro. Nem vou gastar tempo com isso", escreve na rede X, antigo Twitter, a deputada.
Gleisi ainda fez sugestão a Torres Freire. "Para vcs da @folha, principalmente seu colunista, gente tão sabida e informada, sugiro ouvir/ler Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de economia, pra modernizarem um pouco o entendimento sobre política fiscal".
Lula recebeu o economista estadunidense em setembro no Planalto. Na visita, os dois trocaram impressões sobre a condução da economia brasileira e a necessidade de criar um novo modelo de atuação dos bancos multilaterais de financiamento, para possibilitar a transição ecológica e energética, a resolução de temas como o excessivo endividamento dos países do chamado Sul Global, além da redução da pobreza.
Stiglitz é crítica ferrenho das chamadas medidas de responsabilidade fiscal, que trava investimentos dos governos e impõe a estagnação econômica principalmente nos países em desenvolvimento.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) foi outro que saiu em defesa de Lula e criticou o editorial da Folha.
"A @folha diz em editorial que Lula sabota o país por não defender déficit primário zero em 2024. Não me enganam. Eles querem jogar o governo Lula e o Brasil numa enorme crise. Manter o déficit zero levaria o governo a fazer um contingenciamento brutal no orçamento de 2024, paralisando o PAC e desacelerando ainda mais a economia, que já sofre com os efeitos da política monetária restritiva do BC", disse o deputado.