R$ 2,16 bilhões. Este é o montante acumulado até o fim de 2021 de valores não procurados por ex-participantes de consórcios. A informação, divulgada nesta sexta (24), é do Panorama do Sistema de Consórcios produzido pelo Banco Central (BC). Os donos dos recursos "esquecidos" têm direito a receber os valores mesmo após a contemplação ou o encerramento de um grupo, mas jamais fizeram a retirada.
A quantia disponível diz respeito a créditos não utilizados, multas, rendimentos, juros ou rateio do saldo do fundo de reserva. Devido ao montante acumulado anualmente, foi criada a chamada ou Lei dos Consórcios (Lei 11.795/2008), que autoriza as administradoras destes recursos a cobrar uma taxa para administração da quantia não resgatada. De acordo com o relatório do BC, em 2021 essa taxa totalizou R$ 943 milhões, registrando alta de 14,6% em relação ao ano anterior.
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Mais consórcios
Em que pese a crise, houve crescimento da procura pelo serviço. O número de cotas ativas de consórcio teve alta de 6,9%, chegando a 8,48 milhões no ano passado. Os dados indicam que foram feitos 4,02 milhões contratos para a compra de automóveis; 2,38 milhões de consórcios para aquisição de motocicletas, 1,28 milhão de imóveis e 867 mil dos demais tipos (veículos pesados, aeronaves, embarcações, eletroeletrônicos, demais bens móveis duráveis e serviços).
Tendência de expansão
A análise presente no relatório diz que a tendência de expansão do segmento demonstra que os consórcios representam instrumento de inclusão financeira. “Apesar dos impactos na economia e no Sistema de Consórcios causados pela pandemia da Covid-19, que haviam sido sentidos principalmente no 1º semestre de 2020, observou-se a continuidade da tendência de expansão nos principais indicadores que caracterizam o segmento, verificada no 2º semestre daquele ano, demonstrando ser uma importante modalidade de financiamento para aquisição de bens, assim como um relevante instrumento de inclusão financeira, especialmente no subsegmento de motocicletas”, diz o texto.
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A carteira total dos grupos de consórcio alcançou, em dezembro de 2021, o valor de R$ 75,8 bilhões – alta anual de 22,8%. A inadimplência ficou em 2,50%, de 2,54% no ano anterior. O prazo médio aumentou de 119 para 131 meses, enquanto o valor médio dos créditos subiu 28,0%, para R$ 55,3 mil.
Valores a receber
O principal número, entretanto, é o de R$ 2,16 bilhões. Para saber se você tem direito a alguma quantia, havia um caminho simples via o Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central, mas o serviço está suspenso. A alternativa restante, portanto, é procurar a instituição financeira responsável pelo seu consórcio, mesmo que já tenha sido finalizado, para apurar a informação.
*Com informações do Valor Econômico