O Brasil vive uma crise habitacional sem precedentes desde o fim da pandemia de Covid-19. Entre outubro de 2022 e julho de 2024, mais de 1,5 milhão de pessoas foram vítimas de despejos ou remoções forçadas no país, segundo levantamento inédito da Campanha Nacional Despejo Zero.
Entre os estados que lideram o ranking onde mais se registraram despejos de famílias, estão São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco, que juntos somam mais de 20 mil casos.
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De acordo com o balanço, a retomada dos despejos após a pandemia agravou a crise habitacional no país, que já enfrenta um déficit de 6,2 milhões de domicílios e condições inadequadas em 26,5 milhões de residências, segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro.
Ranking de estados que lideram despejos
São Paulo
O estado de São Paulo lidera o ranking do número de famílias despejadas no país, com 9.508 remoções forçadas. Quando se trata de ameaças, o número ganha maiores dimensões, atingindo a marca de 90.126 famílias.
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Amazonas
Em segundo lugar está o estado do Amazonas, onde o total de famílias despejadas chega à marca de 5.541. Ao se tratar de ameaças de despejo, o número aumenta chegando a 31.902 famílias. O somatório desses números chega a mais de 37 mil núcleos familiares afetados.
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição entre os estados onde mais houve despejo. Foram registradas, segundo o relatório, 4.939 famílias. Ao se tratar de ameaças de despejo o número sobe para 5.768. Resultado disso são mais de 10 mil famílias afetadas.
Ceará
Sobre os despejos realizados, os dados do relatório revelam que o estado do Ceará ocupa a quarta posição. O documento registra um total de 2.510 famílias despejadas e 13.804 que sofrem algum tipo de ameaça de remoções forçadas. Os números, se somados, atingem a marca de 16.314 famílias em vulnerabilidade habitacional.
Pernambuco
O estado de Pernambuco ocupa a quinta posição no ranking de despejo. O número de famílias despejadas chegou a marca de 2.194, e as que sofreram ameaças de remoção chegaram a 43.411.
Crise habitacional tem classe, gênero, raça e região
O relatório aponta que essa crise habitacional no Brasil tem recortes bem definidos de classe, gênero, raça e região. Entre as maiores vítimas, estão pessoas pretas e pardas (66,3%), mulheres (62,6%), com renda até 2 salários mínimos (74,5%) e concentradas nas regiões Norte e Nordeste do país.
A campanha também chama atenção para o fato de que mais de 265 mil vítimas serem crianças e cerca de 260 mil pessoas são idosas.