CAUSA INDÍGENA

Governo Lula fez "avanços significativos" sobre crise Yanomami, avalia CIDH

Juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos se reuniram com o presidente para atualizar da situação do povo indígena

Lula e o povo Yanomami.Créditos: Ricardo Stuckert/PR
Escrito en DIREITOS el

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) avaliou que o governo do presidente Lula fez "avanços significativos" sobre a crise humanitária do povo Yanomami. A declaração foi feita durante reunião, nesta quinta-feira (23), em Brasília, entre Lula e cinco juízes da CIDH.

“Vemos avanços significativos e substanciais na abordagem da problemática Yanomami. A reunião que acabamos de ter é um giro completo de 180 graus na situação, onde se veem políticas articuladas, planos de trabalho e resultados já no terreno. Uma abordagem digamos estrutural, contínua e sustentável do Estado brasileiro, o qual nos dá uma grande satisfação”, afirmou a juíza e presidente da CIDH, Nancy Hernandéz.

A Corte acompanha a situação da Terra Indígena Yanomami desde 2022 e intensificou as ações no ano passado, quando a situação drástica em que os indígenas viviam veio à tona. Em outubro, integrantes visitaram o local, em Roraima, e emitiram novas recomendações ao governo brasileiro.

Na reunião, Lula destacou o reforço de mais de R$ 1 bilhão em investimentos a partir de Medida Provisória editada este ano, que possibilitou, entre outras ações, a criação da Casa de Governo em Boa Vista, que oferece alimentação e atendimento médico aos indígenas. Além disso, o governo também reforçou a atuação da Força Nacional no território para combater o garimpo ilegal. 

A CIDH ressaltou que é preciso colher relatos dos próprios indígenas para ter maior perspectiva da situação atual. Para isso, a juíza informou que deve visitar o local novamente no final deste ano. 

“Nos corresponde também escutar as outras partes, os representantes do povo yanomami e outros povos indígenas também, para corroborar as informações, impressões e vamos seguir dando continuidade a essas medidas provisórias abertas”, disse.

No entanto, os avanços apresentados na reunião desta quinta parecem refletir uma grande articulação e compromisso do governo, segundo a juíza. "Mas evidentemente o mesmo governo reconhece que ainda falta realizar muitas ações”, acrescentou. 

Plano de combate ao garimpo ilegal

Em janeiro deste ano, Lula reconheceu que o que plano de 2023 foi insuficiente durante reunião com 13 ministros, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), o advogado-geral da União, Jorge Messias, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e da Funai, Joenia Wapichana. 

Após o encontro, uma comitiva com os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática) e Sonia Guajajara, além de outras autoridades, atualizaram o plano de combate ao garimpo ilegal.