PARANÁ

Familiares de presos denunciam violações de direitos no Sistema Penitenciário do Paraná

Manifestação foi organizada pelo movimento “Preso Tem Família”, que reivindica condições dignas aos detentos e direito pleno à visitação

Movimento pede condições dignas e direito pleno à visitação.Créditos: Assessoria Renato Freitas
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Nesta quarta-feira (24), familiares de pessoas presas no Sistema Penitenciário do Paraná e ativistas do movimento “Preso Tem Família” realizaram um protesto em frente à Assembleia Legislativa e ao Palácio do Governo paranaense por condições dignas e humanizadas nas unidades prisionais, além do direito pleno à visitação.

De acordo com o relato de uma das manifestantes, que não quis ser identificada, os presos recebem comidas estragadas e têm itens de higiene, roupas e cobertores confiscados. Além disso, a mulher também denunciou constrangimentos durante o raio-x para entrar na unidade prisional. "Nós, para conseguir visitar, passamos por constrangimentos num raio-x que não consegue diferenciar uma mulher grávida”, relata.

O deputado estadual Renato Freitas participou da manifestação e afirmou que a justiça no Brasil "só funciona para punir os pobres e os pretos".

"Os criminosos de colarinho branco seguem livres e governando. Enquanto isso, as denúncias de tortura, maus-tratos e mortes de pessoas presas são abafadas pelo discurso punitivista que normaliza a desumanidade”, disse o parlamentar.

Deputado Renato Freitas na manifestação. Foto: Assessoria Renato Freitas

O parlamentar convocou uma audiência pública para discutir as demandas do sistema penitenciário do Paraná no dia 14 de maio, a partir das 9h, no Plenário da Alep.

Violações no sistema prisional 

Manifestação por direitos básico no Sistema Penitenciário do Paraná. Foto: Assessoria Renato Freitas

 Cerca de 17 mil pessoas morreram nos presídios brasileiros entre 2013 e junho de 2023, segundo dados cedidos por órgãos do sistema prisional brasileiro à Folha de S. Paulo. De acordo com análise da organização internacional Vital Strategies, que atua junto a governos na recomendação de políticas públicas, 95% dessas mortes seriam evitáveis.

Rafaela Alves, que cumpre sentença no regime semiaberto, fundou o grupo Guerreiras do Paraná para auxiliar familiares de presos no estado e denuncia as opressões contra pessoas presas. 

“Estamos pedindo pro governo dar uma atenção aos familiares. Estamos na busca por melhorias. Eu estou há 3 anos com tornozeleira, tenho 6 filhos, um deles autista, e a gente sofre por não ter oportunidade de emprego, de ressocialização…a gente quer mudar de vida, a gente não quer voltar pro crime, a gente quer um mundo diferente”, desabafa.