SÃO PAULO

Sem resposta dos patrões, metalúrgicos mantém greve que já dura 9 dias em 3 fábricas da GM

Justiça mandou a General Motor readmitir 839 operários demitidos; Fábricas estão completamente paradas

Mobilização dos metalúrgicos em São José dos Campos.Créditos: SindmetalSJC/Divulgação
Escrito en DIREITOS el

Desde o último dia 23 de outubro mais de 11 mil metalúrgicos estão em greve e mantêm 3 fábricas da General Motors (GM) completamente paralisadas em São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul, todas no Estado de São Paulo. O movimento reivindica o cancelamento da demissão em massa que colocou 1,2 mil operários nas ruas em 21 de outubro.

Ao todo, foram 839 operários demitidos em São José, 300 em São Caetano e 100 em Mogi. Todos por telegrama.

Na última terça-feira (31) o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região determinou que a empresa readmitisse os 839 trabalhadores de São José dos Campos a partir dessa quarta-feira (1) sob pena de pagar multa diária de R$ 1 mil por trabalhador. As decisões referentes às outras fábricas ainda não têm data para ocorrer.

De qualquer forma, ainda é possível para a GM recorrer da decisão. E talvez por isso a empresa não tenha se movido para cumpri-la.

Nesse contexto, uma assembleia dos metalúrgicos realizada na fábrica de São José dos Campos decidiu manter a greve até que todos sejam readmitidos. David Carvalho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, explicou ao Brasil de Fato que, mesmo em se tratando de três diferentes municípios, três sindicatos e três tribunais regionais, a mobilização é realizada de maneira conjunta pela categoria.

“Enquanto a empresa não voltar atrás na demissão de todos, seguiremos parados. E quando for para voltar, voltaremos as três plantas juntas”, declarou.

Os sindicatos tratam a decisão do TRT-15 como uma vitória, um indício de que os colegas serão readmitidos ainda que esse processo demore algumas semanas. Além disso, também denuncia que a demissão em massa foi uma violação de acordo fechado com a categoria em 3 de julho.

Desde aquela data, parte dos 1,2 demitidos já estavam com seus contratos de trabalho suspensos temporariamente. Nesse sentido, a empresa havia prometido estabilidade para todo o quadro de funcionários até maio de 2024. Mas o acordo simplesmente foi esquecido e cerca de 10% do quadro de funcionários acabou demitido.

A GM alega que as demissões compõem “adequação necessária” por conta da queda nas vendas e exportações. Nesse contexto, chama a atenção o lucro da GM no último trimestre: mais de 15 bilhões de reais.

Atualização

Nesta quarta-feira (1) a Justiça do Trabalho determinou a readmissão dos trabalhadores da GM em São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.