A ativista iraniana Narges Mohammadi, de 51 anos, foi anunciada como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, em reconhecimento à sua incansável luta pelos direitos humanos e das mulheres no Irã. No entanto, a celebração deste prêmio é ofuscada pela trágica realidade de que ela se encontra atualmente atrás das grades devido à sua corajosa oposição ao regime iraniano.
O histórico de detenção de Narges Mohammadi é longo e perturbador. Ela já foi presa várias vezes e enfrentou cinco condenações, resultando em uma sentença cumulativa de 31 anos de prisão e um total de 154 chicotadas. Neste momento, ela permanece em confinamento solitário, privada do contato com seus filhos há mais de um ano.
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A trajetória de Mohammadi é um exemplo notável de resistência e dedicação à luta pelos direitos humanos e pela igualdade de gênero em um país onde tais esforços muitas vezes são punidos com repressão brutal. Seu reconhecimento com o Prêmio Nobel da Paz ressalta a importância dessas questões em escala global e destaca a necessidade urgente de pressionar por sua libertação e pela promoção dos direitos fundamentais no Irã e em todo o mundo.
Ativismo contra o regime iraniano
Narges Mohammadi iniciou sua jornada como ativista nos anos 1990, enquanto estudava física na universidade. Durante esse período, ela fundou grupos de defesa dos direitos das mulheres e da população em geral, lançando as bases de sua incansável luta pelos direitos humanos.
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Na universidade, Narges cruzou seu caminho com Taghi Rahmani, seu futuro marido e também ativista e jornalista. Nas últimas três décadas, o casal tem desafiado corajosamente o regime iraniano em busca de justiça e liberdade.
Após concluir seus estudos, Narges trabalhou como engenheira e também contribuiu como colunista para diversos jornais locais. Em 2003, ela se envolveu com o Centro de Defensores dos Direitos Humanos em Teerã, a capital iraniana. Essa organização foi fundada por Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2003.
Narges foi detida pela primeira vez em 2011 por prestar ajuda a ativistas encarcerados, mas foi libertada dois anos depois mediante pagamento de fiança. Após sua libertação, ela dedicou sua energia à campanha contra a pena de morte no Irã, um dos países com maior número de execuções de cidadãos.
Sua corajosa luta a levou novamente à prisão em 2015. Nesse período, Narges passou a denunciar veementemente o uso sistemático de tortura e violência sexual pelo regime iraniano contra presos políticos, especialmente mulheres.