DIREITOS DAS MULHERES

Quem é a vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2023

Ativista iraniana Narges Mohammadi foi anunciada como vencedora da premiação deste ano pela sua luta em defesa dos direitos femininos

Créditos: Reprodução Instagram
Escrito en DIREITOS el

A ativista iraniana Narges Mohammadi, de 51 anos, foi anunciada como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, em reconhecimento à sua incansável luta pelos direitos humanos e das mulheres no Irã. No entanto, a celebração deste prêmio é ofuscada pela trágica realidade de que ela se encontra atualmente atrás das grades devido à sua corajosa oposição ao regime iraniano.

O histórico de detenção de Narges Mohammadi é longo e perturbador. Ela já foi presa várias vezes e enfrentou cinco condenações, resultando em uma sentença cumulativa de 31 anos de prisão e um total de 154 chicotadas. Neste momento, ela permanece em confinamento solitário, privada do contato com seus filhos há mais de um ano.

A trajetória de Mohammadi é um exemplo notável de resistência e dedicação à luta pelos direitos humanos e pela igualdade de gênero em um país onde tais esforços muitas vezes são punidos com repressão brutal. Seu reconhecimento com o Prêmio Nobel da Paz ressalta a importância dessas questões em escala global e destaca a necessidade urgente de pressionar por sua libertação e pela promoção dos direitos fundamentais no Irã e em todo o mundo.

Ativismo contra o regime iraniano

Niklas Elmehed (Prêmio Nobel 2023)

Narges Mohammadi iniciou sua jornada como ativista nos anos 1990, enquanto estudava física na universidade. Durante esse período, ela fundou grupos de defesa dos direitos das mulheres e da população em geral, lançando as bases de sua incansável luta pelos direitos humanos.

Na universidade, Narges cruzou seu caminho com Taghi Rahmani, seu futuro marido e também ativista e jornalista. Nas últimas três décadas, o casal tem desafiado corajosamente o regime iraniano em busca de justiça e liberdade.

Após concluir seus estudos, Narges trabalhou como engenheira e também contribuiu como colunista para diversos jornais locais. Em 2003, ela se envolveu com o Centro de Defensores dos Direitos Humanos em Teerã, a capital iraniana. Essa organização foi fundada por Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2003.

Narges foi detida pela primeira vez em 2011 por prestar ajuda a ativistas encarcerados, mas foi libertada dois anos depois mediante pagamento de fiança. Após sua libertação, ela dedicou sua energia à campanha contra a pena de morte no Irã, um dos países com maior número de execuções de cidadãos.

Sua corajosa luta a levou novamente à prisão em 2015. Nesse período, Narges passou a denunciar veementemente o uso sistemático de tortura e violência sexual pelo regime iraniano contra presos políticos, especialmente mulheres.