Trabalhadores terceirizados que prestam serviços para o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, fizeram um protesto com paralisação nesta terça-feira (3) contra a recente proibição ao uso de celulares nas áreas de carga e descarga dos terminais. Eles foram obrigados a assinar o documento que impõe a restrição mesmo sem concordar com ela.
“Não é mole não, os aviões não vão sair do chão”, diz o coro dos trabalhadores que passou pelos terminais.
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A medida foi exigida pela Receita Federal após episódio em que uma troca de malas fez com que duas brasileiras fossem presas por engano, e por tráfico de drogas, na Alemanha. Semanas se passaram até que ficasse provada a inocência da dupla para que fossem libertadas.
Ainda assim, não é necessário ser um especialista em direito ou em segurança pública para compreender que a medida adotada, ao invés de individualizar a conduta dos trabalhadores corrompidos pelo crime, pune o conjunto dos trabalhadores.
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“Somos trabalhadores e não bandidos”, diz outro coro dos trabalhadores. O protesto começou na última madrugada e percorreu as instalações do aeroporto. Passageiros reclamaram da demora no atendimento de alguns serviços aeroportuários como as entregas de bagagens.
O uso de celulares é uma necessidade básica na atualidade. Por ali, o trabalhador que geralmente terá o tempo escasso para cuidar dos seus familiares pode manter a comunicação em tempo real com eles, podendo agir com rapidez no caso de uma emergência.
Na pauta, os próprios trabalhadores apontam que precisam se comunicar com pais, mães e filhos em idade escolar. Eles alegam que não podem ficar sem acesso ao aparelho durante a jornada pois a qualquer momento pode aparecer uma emergência familiar que necessitem atender.
A GRU Airport, gestora do aeroporto, emitiu uma nota à imprensa em que anuncia um plano de contingência para atender aos passageiros, e orienta que os mesmos procurem as próprias empresas aéreas para obterem maiores informações sobre seus voos. Mas nem um vírgula sobre a demanda dos terceirizados.
Assista ao vídeo da manifestação