A cientista da computação Nina da Hora, que é pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), denunciou através das redes sociais uma situação de racismo que sofreu na unidade da Livraria da Travessa no Leblon, Rio de Janeiro (RJ).
Nina conta que estava na livraria com sua irmã quando foi impedida por um segurança olhar alguns livros que estava interessada. "O segurança se sentiu no direito de me seguir e parar em cima dos livros que eu estava olhando. Eu tive que falar o valor que eu gastei da última vez que foi alto e depois falar com a gerente", relatou.
Te podría interesar
De acordo com a cientista, o segurança chegou a se debruçar em cima dos livros, "a ponto de eu pedir pra ele me dar licença para continuar olhando". "Esse foi o nível", lamentou a pesquisadora. "Ironicamente", o slogan da livraria é "entre, leia e ouça".
Em seu relato, Nina da Hora informou ainda que a gerente a perguntou sobre onde morava. "A gerente disse que ia conversar com ele, mas registrando, pois imagina só me constranger a ponto de não me deixar fazer uma das coisas que mais amo, que é ler", pontuou.
Te podría interesar
Referência na área de ciência da computação, Nina investiga algoritmos de reconhecimento facial com foco no racismo. "Podemos ser exaltados em qualquer lugar mas o racismo acontece assim diariamente", constatou na sequência de postagens em que fez a denúncia.
Silêncio da livraria
O caso gerou repercussão nas redes sociais e inúmeros internautas cobraram um posicionamento da Livraria da Travessa sobre o assunto. A empresa, no entanto, até a publicação desta matéria, ignorou todas as críticas e não se pronunciou publicamente.
"A Livraria Travessa da unidade Leblon do RJ disse que ia dar um retorno, uma satisfação, mas não deram. Provavelmente estão achando que o caso será abafado por ser sexta feira e final de semana", disse Nina.
Fórum procurou a empresa para obter um posicionamento e aguarda retorno.