A apresentadora Adriane Galisteu vem sendo acusada de racismo por ter revelado, em um comentário no Instagram, que tinha uma "ama de leite" em casa para ajudar na amamentação do filho.
A postagem foi feita em resposta a uma publicação da atriz e cantora Nanda Costa, que perguntou às suas seguidores qual foi "momento mais difícil da travessia" na maternidade.
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"Amamentação eu fui toda animada feliz, qd me dei conta tinha ama de leite em casa me ajudando a lidar ! Não foi fácil não", escreveu Galisteu.
A página Descolonize, que posta conteúdos de educação antirracista, repercutiu a fala da apresentadora, apontando que o uso do termo "ama de leite" é racista por remeter a uma prática do Brasil Colônia.
"O termo é racista por perpetuar um cenário que remete a um tempo de muito sofrimento e violência para os povos pretos que viviam aqui", diz um trecho de uma sequência de publicações feitas pela página.
Amas de leite eram mulheres negras escravizadas que tinham filhos recém-nascidos e que eram obrigadas a amamentar filhos de mulheres brancas. Muitas vezes os bebês das escravas eram tirados delas para que a amamentação fosse exclusiva aos bebês da Casa Grande.
Antônio Isuperio, ativista do movimento negro, também repercutiu a declaração de Adriane Galisteu: "Esta prática colonial herança da escravização era parte da violência que repercute em nossas vidas até hoje. Muitos dos meus irmão morreram por serem alimentados com farinha de mandioca quando o leite de nossas mães era utilizado para alimentar a casa grande. Os bebês de mulheres escravizadas tinham poucas chances de sobreviver".
"Essa fala é extremamente violenta a nossa comunidade", prosseguiu Isuperio.
Após a repercussão negativa, Adriane Galisteu gravou um vídeo nos stories do Instagram pedindo desculpas a quem se sentiu magoado com a declaração sobre ama de leite. "Quero pedir desculpas por um termo errado que usei quando estava falando sobre amamentação (...) Quero aproveitar para dizer que não adianta, não vou vestir um terno que não cabe em mim, o da racista e preconceituosa. Essa não sou eu e esse terno eu não visto de jeito nenhum", escreveu.
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