O vídeo que vai ao final desta matéria é angustiante, revoltante e profundamente estarrecedor. Mas ele é, acima de tudo, didático. Serve para que qualquer indivíduo, independentemente de sua nacionalidade, compreenda de maneira simples o que é racismo estrutural.
As imagens não mostram injúrias racistas, uma discriminação sutil, alguém assumindo não gostar de negros, ou coisa do tipo. Elas apenas mostram uma briga entre dois adolescentes, aparentemente da mesma faixa etária, dentro de um shopping em Nova Jersey, nos EUA. Após uma troca de “gentilezas”, eles trocam também socos, como vimos muitas vezes na vida, especialmente quando éramos mais novos.
Um é branco, o outro é negro.
O que se vê na sequência é a intervenção de dois policiais, que desesperadamente correm para “separar” a briga. No entanto, um deles avança agressivamente contra o jovem negro, lançando-o no chão, imobilizando-o e colocando um par de algemas nos seus pulsos, enquanto o outro “acode” o adolescente branco, parece perguntar se está tudo ok, consolando o pobre rapaz pelos socos dados e recebidos, para na sequência ir ajoelhar-se sobre as costas do outro envolvido, o negro, auxiliando seu parceiro na detenção.
Não é possível dizer se os policiais pensaram que se tratava de um roubo, de uma tentativa de assassinato, de alguém armado intimidando uma vítima desarmada, mas é perfeitamente possível perceber e afirmar que os dois agentes correram imediatamente para conter a “ameaça”. E a ameaça, por lógica (na cabeça deles), era o negro.
Ninguém disse nada, até porque as agressões mútuas e com forças equivalentes começam de maneira repentina e não duram mais do que alguns segundo. Os policiais estão longe, provavelmente notam o burburinho e correm para ver o que se passa. E aí percebem o que se passa: há um negro envolvido numa briga.
Se ao assistir a esse vídeo você ainda não tiver compreendido o que é racismo estrutural, é indicado voltar algumas casas. Na vida, inclusive.