OPINIÃO

Meu mestre ministro Rui Costa, respeite Brasilia; por Kakay

Confira o artigo de Kakay em resposta às falas de Rui Costa sobre Brasília

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Moro em Brasília desde a época da ditadura.Entrei na UnB em 1977 com o AI-5 em vigor e ao nosso encalço. Os covardes, fascistas e bandidos, nos espreitavam. Resistimos. Participei , como cidadão, nunca fui político partidário, de todos os movimentos de emancipação da capital. E, junto com meu irmão Sigmaringa, enfrentamos vários bons combates.  Este é o DNA da liberdade de uma cidade livre. 

Quedei-me perplexo quando ouvi dizer que Brasília é uma ilha da fantasia e, o pior, que a estrutura de Brasília deixa os legisladores distante da realidade da pobreza. É uma falta de contato com nossa realidade que o encastelamento do poder do Palácio do Planalto infelizmente, impõe. Isto demonstra, em parte, o distanciamento do governo com o nosso projeto de poder eleito nas urnas. Esta visão é a mentalidade distorcida, que somos, brasilienses, responsáveis pelos Moros, Bolsonaros, Magnos Malta que o Brasil aloja aqui por determinação constitucional!

Quem ocupa seu cargo, Ministro, não pode desconhecer tanto o Distrito Federal. Nós não somos os servidores que ganham bem e que, em regra, cumprem e honram seus salários. Mas Ministro, quem dera a nossa Brasília fosse a ilha da fantasia que o Senhor prega. Seria bom conhecer o Sol Nascente, a Estrutural, o Pôr do Sol,  ou seja, o Distrito Federal.Infelizmente o senhor não conhece Brasília, não tem ideia de quem somos e o pior, ou nos despreza ou não nos dá o respeito que merecemos.

Se a discussão é o Fundo Constitucional certamente será melhor estudar e entender o que significa o Distrito Federal na estrutura dos poderes. Não me cabe aqui fazer esta discussão que será feita com competência pelos nossos representantes eleitos. Apenas, por favor, respeite os milhões de brasileiros que vivem aqui que não têm, como nós dois, a alegria de ser baiano - eu por adoção de Trancoso - mas que honramos o sangue livre, libertário e igual do povo brasileiro. Dê uma olhada com olhar baiano para o Distrito Federal e respeite a todos nós, inclusive está maioria nordestina que nos faz tão bem, que nos identifica e nos resume.

Resta lembrar o criador Juscelino Jubistcheck : “Bem ali, na fronteira entre o céu e o inferno, existe um lugar chamado Brasil.”