Como o que é ruim para os Estados Unidos acaba sendo espelhado e ampliado no Brasil (vide a eleição de Trump por lá replicada ao cubo com Bolsonaro aqui), a multiplicação dos ataques a escolas nos Estados Unidos este ano deve colocar o governo Lula de barbas de molho.
Em 27 de março passado, o ataque a tiros em uma escola da cidade de Nashville, no Estado americano do Tennessee, foi o 131º caso do tipo nos EUA desde o início deste ano, segundo a Gun Violence Archive, uma organização sem fins lucrativos que monitora dados de violência armada.
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Ou seja, houve uma média de 1,5 tiroteio em massa por dia no país de 1º de janeiro a 27 de março (86 dias).
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A Gun Violence Archive considera como tiroteio em massa incidentes envolvendo armas de fogo em que "quatro ou mais pessoas são mortas ou feridas". [BBC]
O governo do presidente Lula informou que "o ministério da Educação articula um decreto interministerial para instalação de grupo de trabalho a fim de elaborar uma política nacional de combate à violência às escolas".
É alguma coisa, mas não basta uma ação do governo, enquanto a mídia corporativa segue dando voz ao jornalismo declaratório, não importando se o entrevistado emite opiniões racistas, homofóbicas e de incitação à violência política e social. Como fez recentemente a Folha ao abrir espaço para uma entrevista com o novo Goebbels da direita mundial, Steve Bannon.
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Não adianta apenas uma ação governamental, enquanto existirem programas de violência policial, como o do Datena e afins, e pastores cuspindo perdigotos junto com discurso de ódio, como Malafaia, Edir Macedo etc., impunemente.
Infelizmente, como colônia, mimetizamos o declínio do império dos EUA, e os ataques nas escolas são outros horrores que importamos de lá, como a paixão pelos pacotes monstruosos de pipoca no cinema e a exibição de armas e carrões como troféus hiperbólicos do machismo decadente.
*Antonio Mello é escritor, roteirista, jinglista e bloqueiro. Conheça seu Blog.