A seleção oficial do Festival de Cannes foi anunciada hoje e os cineastas brasileiros Karim Aïnouz, Kleber Mendonça Filho e Renée Nader Messora estreiam novos longas-metragens no evento, que acontece de 16 a 27 de maio.“A Vida Invisível” de Aïnouz venceu o prêmio de melhor filme na seção Un Certain Regard do Festival em 2019 e, no mesmo ano, “Bacurau”, de Mendonça Filho e Juliano Dornelles, conquistou o Prêmio do Júri na competição principal. Nader Messora, que divide a direção de seus filmes com o português João Salaviza, anteriormente participou no festival com o premiado “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” em 2018.
O novo filme de Aïnouz, “Firebrand”, estrelado por Jude Law e Alicia Vikander, conta a história de Katherine Parr, a sexta esposa de Henrique VIII. A produção britânica, a primeira de Aïnouz em língua inglesa e sua estreia na prestigiada competição do Festival, já era esperada na seleção, enquanto “Retratos Fantasmas” de Mendonça Filho, documentário e seu quarto longa a ser exibido em Cannes, chega como uma surpresa. “O filme se passa no centro do Recife,” diz Mendonça Filho no seu Instagram nessa quinta-feira, “no passado e agora, entre o Cinema Veneza, em duas pontes e o Cinema São Luiz.”
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“A Flor do Buriti”, o novo longa de Nader Messora e Salaviza, retrata as lutas do povo Krahô no Tocatins. O produtor Ricardo Alvez Jr. escreveu no Facebook, “[...] o filme traz um dos temas mais urgentes da atualidade: a luta pela terra e as diferentes formas de resistência incorporadas pela comunidade da aldeia Pedra Branca.”
Nos próximos dias, a Quinzena dos Realizadores e a Semana da Crítica, mostras independentes que acontecem paralelamente à programação principal de Cannes, compartilharão suas escalações de filmes e há rumores de que alguns filmes brasileiros se destacarão na programação. Depois de uma ausência total de obras cinematográficas nacionais novas em Cannes no ano passado, o cinema brasileiro parece voltar com potência à Riviera Francesa em 2023.
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Além dos filmes brasileiros mencionados, o festival apresentará um amplo panorama internacional que inclui filmes de autores consagrados e diretores emergentes. O cineasta espanhol Víctor Erice, de 82 anos, cujo filme “O Espírito da Colmeia” (1973) costuma figurar nas listas dos maiores filmes de todos os tempos, retorna à direção de longas pela primeira vez em 31 anos com “Cerrar os olhos”, que será apresentado fora da competição. O realizador alemão Wim Wenders, que ganhou o prémio máximo do festival em 1984 com “Paris, Texas”, participa com duas longas, “Perfect Days”, na competição, e “Anselm”, um filme 3D sobre o pintor Anselm Kiefer, que será exibido numa projeção especial. Ken Loach, o diretor britânico de dramas sociais que já esteve no festival quinze vezes em sua carreira de quase 60 anos, apresentará “The Old Oak”.
Cannes normalmente valoriza os velhos mestres em sua competição, enquanto as vozes mais novas são destacadas na segunda seção mais importante, Un Certain Regard (“Um Certo Olhar”), que inclui obras de cineastas de países com pouca representação cinematográfica como Marrocos, Mongólia, Congo e Sudão.
Alguns notáveis cineastas encontram-se ausentes do comunicado oficial do Festival: Woody Allen, que encerrou as filmagens de seu novo longa “Coup de Chance” em Paris, em outubro do no ano passado e Jean-Luc Godard, cujos colaboradores haviam comentado recentemente sobre um curta intitulado “Funny Wars”, que o diretor completou antes de sua morte em setembro do ano passado e que estaria pronto para Cannes.
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