MARCELO RUBENS PAIVA

Oscar 2025: Marcelo Rubens Paiva fala “pela primeira e única vez” sobre o prêmio

Autor do livro que deu origem ao filme “Ainda estou aqui” e filho de Eunice e Rubens Paiva deu seus palpites como “colunista e jornalista”

O escritor Marcelo Rubens Paiva.Créditos: Harald Krichel/Wikimedia Commons
Escrito en CULTURA el

Marcelo Rubens Paiva é o autor do livro “Ainda estou aqui”, que conta a história comovente de sua mãe, Eunice Paiva. Ela passou grande parte de sua vida tentando descobrir o paradeiro de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva. Engenheiro de formação, ele foi sequestrado, torturado e assassinado pela ditadura militar do Brasil no início da década de 70.

O livro de Marcelo, deu origem ao filme homônimo de Walter Salles, que conseguiu um feito inédito. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, com Fernanda Torres no papel de Eunice.

O escritor, que também é jornalista cultural, não havia ainda se manifestado sobre as chances do filme no Oscar. Ele quebrou o paradigma nesta sexta-feira (21), em sua conta do X, antigo Twitter:

“Vai ser a primeira e única vez que falo de Oscar”, ressaltou. “Tem muita desinformação na imprensa brasileira. Chances de ganharmos melhor filme estrangeiro são fortes. Todos os prêmios que Emilia Pérez ganhou, como Bafta e Globo de Ouro, foram "votados" antes das polêmicas que o filme gerou”, alertou o escritor.

Disputa acirrada

“A disputa está acirrada? Todo ano é assim. O Bafta de fato embolou. Mas tem um detalhe. Ainda Estou Aqui estreia apenas hj no Reino Unido. Pouca gente viu o filme por lá. Tanto que Fernandinha nem foi indicada. Minha aposta: ela ou a maravilhosa Mickey Madison ganham o Oscar”, destaca.

Marcelolembra que “entre 10 mil votantes do Oscar, mais de 1 mil são ingleses e franceses. O cenário fica incerto como melhor filme. Para mim, fica entre Conclave e Anora (apesar de ser uma comédia confusa). Brady Corbet e Adrien Brody de Brutalista são nomes certos (que trilha...)”, arrisca.

“E me desculpem, sou do meio, 40 anos de experiência”, lembra o escritor. “Como a crítica especializada brasileira decaiu tanto? Falar que o filme não é político é uma afronta à nossa história. Quem mais acertou foi uma jovem de origem asiática da Variety: ‘Clássico na forma, radical na empatia’”.

“Para finalizar, quem me segue sabe que todo ano dou pitacos sobre os ganhadores do Oscar. E, claro, erro quase sempre, como todos e todas colegas”, ironizou. “Quem posta hoje aqui não é o autor do livro Ainda Estou Aqui, mas o colunista, jornalista e diletante.”

Veja o post abaixo:

 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar