AMEAÇA À DEMOCRACIA

Madonna detona Trump e manda recado às LGBT: "Não desista da luta"

No primeiro dia de seu mandato, o novo presidente dos EUA revogou uma série de normas federais de proteção às lésbicas, gays, bissexuais e transexuais

Madonna detona Trump e manda recado às LGBT: "Não desista da luta".Créditos: Divulgação/ reprodução
Escrito en CULTURA el

A cantora Madonna usou as redes sociais nesta terça-feira (28) para lamentar as recentes decisões do governo de Donald Trump contra a comunidade LGBT. Em seu primeiro dia de mandato, Trump revogou todas as normas federais da gestão Joe Biden que visavam garantir direitos e proteções às lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.

Historicamente, Madonna esteve ao lado das lutas LGBT e foi uma artista pioneira ao usar sua imensa popularidade para combater a LGBTfobia.

Por meio de suas redes e diante dos ataques de Trump contra as LGBT, Madonna criticou duramente as políticas LGBTfóbicas do novo governo dos EUA.

"É muito triste ver nosso novo governo desmantelando lentamente todas as liberdades pelas quais lutamos e CONQUISTAMOS ao longo dos anos. Não desistam da luta!", escreveu Madonna.

Trump revoga todas as portarias LGBT do governo Biden 

Na reta final de sua campanha à presidência da República, o então candidato Donald Trump disparou ataques contra a comunidade LGBT+ e, em específico, contra as pessoas transexuais, afirmando durante um comício no Madison Square Garden que iria "tirar a insanidade trans das escolas e manter os homens trans fora dos esportes femininos".

À época, muitos analistas afirmaram que as falas de Trump contra a comunidade LGBT+ dos EUA eram "bravatas" e que, possivelmente, não levaria tais ações adiante. Ledo engano. Em seu discurso de posse, ocorrido na segunda-feira (20), o novo presidente dos EUA voltou a disparar contra as pessoas trans:

 

"Esta semana também porei fim à política governamental de tentar incorporar socialmente a raça e o gênero em todos os aspectos da vida pública e privada. Vamos forjar uma sociedade que não enxergará duas cores e será baseada no mérito. Será política oficial dos EUA que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino."

 

Algumas horas depois de seu discurso de posse e já instalado na Casa Branca, o presidente Donald Trump assinou uma série de Ordens Executivas (semelhantes às Medidas Provisórias do Brasil) e, com uma canetada, revogou todas as portarias pró-LGBT+ e de direitos humanos do governo de Joe Biden (2021-25), impondo medidas transfóbicas e racistas. São elas:

  • 1 -  Eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão no setor público.
  • 2 - Fim da obrigatoriedade de treinamentos de diversidade em agências federais.
  • 3 -  Redefinição oficial de gênero baseada no sexo biológico.
  • 4 -  Proibição de financiamento federal para cuidados médicos de transição de gênero.
  • 5 -  Restrição ao uso de banheiros públicos conforme identidade de gênero.
  • 6 -  Cancelamento da obrigatoriedade de seguro-saúde cobrir contraceptivos.
  • 7 -  Redução de políticas de combate à discriminação no local de trabalho.
  • 8 -  Fim do financiamento para pesquisas sobre equidade racial.
  • 9 -  Revogação do reconhecimento de identidade de gênero não-binária em documentos oficiais.
  • 10 -  Cancelamento da proteção de direitos para estudantes LGBTQ+ em escolas públicas.


Ao todo, Donald Trump assinou 78 ordens executivas que impõem uma série de retrocessos em diversas áreas. No entanto, as mais obscurantistas foram reservadas para os direitos civis, diversidade, saúde e meio ambiente, contrariando protocolos internacionais e enfrentando provável resistência nos tribunais, uma vez que os estados americanos possuem autonomia e não são obrigados a seguir automaticamente as ordens executivas. Ainda assim, ao descontinuar todas as políticas pró-LGBT instituídas na gestão de Joe Biden, Trump deixa claro que fará do ódio uma das principais ferramentas de sua gestão, o que pode empoderar grupos extremistas no país.

 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar