O fato é um só e é inegável. Pela primeira vez na história um longa brasileiro, é indicado ao Oscar de Melhor Filme, o principal prêmio da noite. O principal prêmio do cinema mundial. Não caro leitor, não é melhor filme estrangeiro ou de língua estrangeira. “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, foi indicado a melhor filme. E ponto.
A indicação de melhor filme estrangeiro já aconteceu antes com “O pagador de promessas”, em 1963; "O quatrilho", em 1996; 'O que é isso, companheiro?', em 1998, e "Central do Brasil", em 1999.
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Desta vez não. A história da busca de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, sequestrado, torturado e morto pela ditadura militar do Brasil, baseada no livro de seu filho, o escritor Marcelo Rubens Paiva, disputa o maior prêmio do cinema mundial.
Quis o destino que um filme que expõe sem meias palavras a brutalidade da ditadura no Brasil dos anos 60 e 70, vira um retumbante sucesso mundial. No momento em que escrevo essas linhas, logo após a indicação desta quinta-feira (23), bolsonaristas e outros acéfalos de extrema direita ainda estão perplexos e quietos. Daqui a pouco, bem pouco, vão inventar modos e maneiras de tentar desmerecer o filme e seus atores. Quanto mais eles ladram, maior é o caminho da caravana de Walter Salles.
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O longa ainda foi indicado ao prêmio de melhor filme estrangeiro e, é claro, a nossa Fernanda Torres foi indicada a melhor atriz.
Os concorrentes de “Ainda estou aqui” a melhor filme este ano são "Anora", "O Brutalist", "Um Completo Desconhecido", "Conclave", "Duna: Parte 2", "Emilia Pérez", "Nickel Boys", "A substância" e "Wicked".
Outras indicações brasileiras
"Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, foi indicado em 2004, às categorias de direção, roteiro adaptado, fotografia e edição. "O menino e o mundo" disputou o prêmio de melhor animação em 2016. E "Democracia em vertigem" disputou o prêmio de melhor documentário em 2020.