O SBT anunciou nesta terça-feira (24) o retorno de Chaves e Chapolin após um longo hiato na sua programação. Em acordo com a Televisa, a emissora adquiriu os direitos de exibição completa das séries no Brasil, mas saiu do ar no Brasil há quatro anos devido a uma disputa entre a empresa de mídia e os herdeiros de Roberto Gómez Bolaños. Após quase meio século na telinha, Chaves tinha sido retirada do ar em toda a América Latina.
Além da TV aberta, os episódios também estarão disponíveis no +SBT, a plataforma de streaming da emissora. Em breve, o SBT divulgará mais detalhes sobre a volta de Chaves e Chapolin. Antes da pausa, o seriado que completaria 34 anos na TV brasileira na época, era exibido aos sábados, às 4h da manhã, e aos domingos, às 9h30.
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A Televisa, responsável pela distribuição de Chaves para mais de 20 países, comunicou que os direitos de transmissão da série seriam encerrados. Glória de um produto popular latino-americano, Chaves e Chapolin conquistaram vários países e foram impulsionados por um cenário televisivo que permitiu a criação de conteúdo local, que fazem sucesso até os dias atuais.
Fenômeno cultural
Roberto Gómez Bolaños, parente de um ex-presidente mexicano, iniciou a jornada de Chaves no Canal 8. A transferência para o Canal 2 da Televisa, em 1973, impulsionou ainda mais a popularidade da série, consolidando seu status como um fenômeno da TV latino-americana.
Pioneira em tecnologia na América Latina, a Televisa utilizava VCRs para distribuir rapidamente os episódios de Chaves para diversos países. Essa inovação, como explicou em 2020 Carlos Aguasaco em "¡No Contaban Con Mi Astucia!", foi fundamental para a rápida expansão da série. Iniciando na Guatemala, Chaves conquistou a América Central, o Caribe e, por fim, a América do Sul, atingindo a marca de 350 milhões de espectadores em 1975.
Mais do que um programa de televisão, "Chaves" se tornou um marco cultural, moldando a infância de milhões de brasileiros. A série, exibida incansavelmente no SBT, deixou uma marca indelével no imaginário popular, com personagens e frases que ecoam até hoje.
“Chaves é político ao mostrar a distopia da América Latina: como os ricos da região mantêm os pobres presos em sua miséria. Vemos o menino de rua, a família desestruturada, o rico que explora os pobres e a ausência do Estado”, ressaltou o crítico de TV colombiano Omar Rincón ao El País em 2020.