FESTA LITERÁRIA

Flup, a Festa Literária das Periferias, chega à 14ª edição celebrando Beatriz Nascimento

Evento vai contar também com Conceição Evaristo, Thaís Alves Marinho, Rosinalda Simoni, Helena Theodoro entre várias outras autoras

O Slam das Minas na Flup 2023.Créditos: Divulgação/Flup
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A Flup, a Festa Literária das Periferias, chega a sua 14ª edição com a sua abertura no próximo sábado (11), celebrando a obra da historiadora, poeta, cineasta e intelectual Beatriz Nascimento.

Há duas razões, portanto, para comemorar.

A primeira delas é que a Flup, única entre várias outras do gênero que acontecem pelo país, já contar com tantas edições. Trata-se de uma festa literária que acontece em territórios do Rio de Janeiro que são tradicionalmente excluídos desse tipo de eventos.

A segunda razão para se comemorar é a homenageada. Todas as ações do ano vão dialogar com a obra de Beatriz Nascimento, incluindo os quilombos, os terreiros, as narrativas orais preservadas pelas matriarcas, a poesia e o samba.

Através de um de seus versos mais famosos, o festival faz um diálogo entre periferias globais e movimentos transatlânticos, referência explícita ao “Eu sou Atlântica”, no ano em que o Rio de Janeiro recebe a cúpula do G20:

“A terra é o meu quilombo,
o meu espaço é o meu quilombo.
Onde eu estou,
eu estou,
quando estou eu sou
(…) Ó paz infinita, poder fazer elos de ligação numa história fragmentada. África e América e novamente Europa e África. Angola. Jagas. E os povos do Benin de onde veio minha mãe. Eu sou atlântica.”

Em torno da obra de Nascimento, a Flup vai trazer uma rede de 100 mulheres acadêmicas negras, criada por Thaís Alves Marinho e Rosinalda Simoni. A programação deve articular espaços periféricos na cidade, com a presença dessas intelectuais, para promover a escuta dessas histórias e lançar o livro com as 100 biografias chamado "Dicionário Biográfico: Histórias Entrelaçadas de Mulheres Afrodiaspóricas".

Intolerância religiosa

Logo na abertura, a Flup vai discutir a intolerância religiosa com a presença de matriarcas de religiões de matriz africana. A roda de conversa “Deixa a gira girar” reunirá a yalorixá, escritora e matriarca do Ilê Asé D'Oluaiyè, Márcia Marçal e a socióloga, escritora e matriarca da Casa do Perdão, Flávia Pinto. A cineasta pernambucana Natara Ney vai mediar a mesa.

A escritora Conceição Evaristo e a filósofa Helena Theodoro participarão das homenagens no evento de abertura. Elas vão compor a mesa "A noite não adormece nos olhos das mulheres", mediada pela também escritora Bianca Santana. As poetas Carol Dall Farra, Josi de Paula, Winona Evelyn e MC Martina fazem o Sarau Beatriz Nascimento no início de cada uma das mesas. Serão recitados poemas autorais e também poemas da homenageada da Flup 24.

O evento do 11 de maio também é um anúncio das datas de um festival que acontecerá de 11 a 17 de novembro. Para a programação de novembro, já estão confirmadas a participação de Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta no espetáculo Pérolas Negras, Lia de Itamaracá e Dona Onete.

A Flup vai contar ainda com processos formativos, ciclo de debates internacionais no âmbito do encontro do G20 entre outras atividades.

Acompanhe a programação completa da Flup aqui.

Serviço

Abertura da agenda anual Flup

Dia: 11 de maio de 2024, sábado

Hora: a partir de 12h

Local: Circo Crescer e Viver (próx. Estação Praça Onze)

Entrada gratuita