Desde que o show de Madonna em Copacabana, realizado no último sábado (4), foi anunciado no fim de março deste ano, uma polêmica se estabeleceu em torno de alguns posicionamentos políticos da cantora, à esquerda e à direita.
Grupos de direitos humanos pró-Palestina resgataram uma foto em que Madonna surge ao lado de Benjamin Netanyahu, atual primeiro-ministro de Israel e principal responsável pelo genocídio em curso na Palestina, em uma foto tirada em 2009.
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Conhecida pelo apoio histórico à comunidade LGBT, pessoas negras, indígenas e mulheres, Madonna passou a ser acusada de hipocrisia, pois, de acordo com alguns críticos, ela seria apoiadora da atual política em curso do Estado de Israel em Gaza. Porém, isso não é verdade.
É fato que Madonna nunca deu uma declaração pública contra o genocídio em curso em Gaza, mas também não é verdade que a artista seja uma sionista, como muitos a classificam. Desde 2006, ou seja, antes de se encontrar com Netanyahu, a artista defende a solução de dois Estados, ou seja, a coexistência pacífica entre Israel e Palestina.
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Os dois momentos em que Madonna defendeu o estado Palestino
Historicamente, Madonna se posicionou contra as guerras. Por exemplo, quando George W. Bush era presidente dos EUA e invadiu o Iraque em 2003, a cantora se tornou uma porta-voz contra a guerra e, inclusive, "explodiu" o então presidente americano no clipe para a música "American Life", que foi proibido.
Mas, e sobre a questão do Estado palestino? A primeira vez em que Madonna se posicionou pela coexistência entre Palestina e Israel foi durante uma performance na "Confessions Tour", em 2006.
Durante a apresentação da música "Forbidden Love" (Amor Proibido), dois bailarinos, um casal gay formado por um homem judeu e um muçulmano, tentam enfrentar conflitos para ficar juntos. Na performance, eles tentam se abraçar, mas algo os impede. Aqui pode-se fazer várias interpretações, mas o conflito entre Israel e Palestina é o principal motivo para esse "amor proibido". Confira no vídeo abaixo:
A segunda vez em que Madonna se posicionou publicamente pela solução dos dois Estados foi durante sua apresentação no Eurovision de 2019, que aconteceu em Tel Aviv e gerou uma reação violenta do governo de Israel.
No final da apresentação de Madonna no Eurovision, um casal começa a subir a escada do cenário, que simboliza o paraíso e a paz. Nas costas do homem há uma bandeira de Israel e na da mulher a da Palestina.
À época, a ministra da Cultura Israelense, Miri Regev, criticou a cantora e classificou a apresentação dela como um "erro" e uma "falha". Posteriormente, a performance de Madonna foi banida da TV israelense.
Confira no vídeo abaixo a apresentação de Madonna no Eurovision, em Tel Aviv: