OPINIÃO

Show da Madonna não tem músicos. E quem não gostar que vá ver o Paul McCartney

Esta nova turnê, que termina com megashow em Copacabana, é toda feita com bases pré-gravadas

Madonna.Créditos: Reprodução/Instagram
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The Celebration Tour, a décima segunda turnê da cantora norte-americana Madonna, que tem seu espetáculo de encerramento na praia de Copacabana neste sábado (4), tem uma peculiaridade, no mínimo, intrigante: o show não tem músicos. Sim, caro leitor, exatamente isso que você leu. Este que se arvora a ser o maior espetáculo musical do ano no Brasil, não tem nem um músico no palco. Apenas dançarinos, DJs e, é claro, a Madonna.

A turnê começou em Londres em outubro do ano passado e termina neste sábado, arrecadou milhões, é considerada um grande sucesso e não tem nem nunca teve nenhum músico.

Gravações são as estrelas

O diretor musical de Madonna, Stuart Price, avisou lá no começo que o espetáculo teria mais de 40 músicas, todas elas interpretadas com bases pré-gravadas. Na ocasião, ele afirmou ao site da BBC que “um maior sucesso não precisa ser uma música. Pode ser um guarda-roupa, um vídeo ou uma declaração”.

E acrescentou ainda: “percebemos é que as gravações originais são nossas estrelas. Essas coisas não podem ser replicadas e não podem ser recriadas, então decidimos apenas abraçar isso.”

É sempre bom lembrar que em shows da Madonna e congêneres os músicos, assim como nas óperas, sempre ficam escondidos em um fosso ou qualquer outro local. O que se vê no palco são bailarinos e a pirotecnia. Mas ao menos eles estão por lá. E recebendo cachês. Desta vez, nem isso.

A discussão nos remete a outra que explodiu há pouco. O uso de playbacks em shows. Sem citar nomes, esse tipo de artista que dança furiosamente não tem, de fato, a menor condição física de cantar ao mesmo tempo. Seria preciso ter dois pulmões a mais.

Para resumir a história, sem mais delongas e nem julgamentos – afinal cada um consome o que bem entender – shows como os de Madonna são vistos de maneira diferente. O produto final, as danças, a atitude e todo o resto é o que vale. Tudo o mais é Paul McCartney e Roger Waters entre outros oitentões.

De tudo isto, resta uma frase que ouvi certa vez de um dono de uma emissora de rádio: “jazz que quero ouvir no meu iate.”