Poderia responder essa pergunta com uma frase: Porque é festa de centenário de um banco que lucrou R$ 35,6 bilhões no ano passado e não precisa dessa ajuda.
As pessoas estão falando o tempo todo no lucro que a cidade terá, que serão quase R$ 300 milhões que entrarão na cidade, o aumento do número de turistas, que R$ 20 milhões não representam nada perto do que a cidade vai ganhar em imagem e impostos.
Concordo plenamente. Mas prossigo: os R$ 20 milhões seriam necessários para uma instituição bancária que lucrou o que lucrou? Esses bancos que, sabemos hoje, voltaram a subir os juros do rotativo, aquele que aperta a corda no pescoço do enforcado?
Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo aumentaram de 411,9% ao ano, em fevereiro, para 421,3% ao ano, em março – o maior patamar desde dezembro de 2023, quando estavam em 442,1%. As informações constam do relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgado nesta sexta-feira (3/5) pelo Banco Central (BC). [Metrópoles]
O Itaú está simplesmente utilizando o maior salão de festas do país, dos maiores do mundo — a praia de Copacabana, conhecida no mundo inteiro há quase um século, local do maior Réveillon do mundo, para fazer sua festa de centenário, e a casa de festas ainda paga por isso?! Para ajudar no rachuncho de um banco?!
O Itaú não faria o show sem esses R$ 20 milhões (10 da prefeitura e 10 do estado)?
A verdade é que prefeitura e estado já estão fazendo muito para a festa.
- A Comlurb no trabalho de limpeza para o show e o pós show, onde são esperadas um milhão e meio de pessoas.
- Segurança: serão deslocados 3 mil PMs, fora os demais policiais para a segurança do evento.
- Toda a logística do transporte urbano alterada.
- A circulação dos moradores prejudicada, com fechamentos de ruas.
Por tudo isso o Itaú não está pagando. E vai fazer a festa do seu centenário nesse cenário privilegiado, onde montou um cercadinho privativo para 7500 convidados, afastando o público do palco de Madonna.
De nada disso o Rio reclama. Pelo contrário, o Rio é festeiro e basta andar por Copacabana desde o início da semana para ver que o Rio já respira o grande show que certamente será. E a recebe de braços abertos e aos fãs do mundo inteiro que para cá vieram ou estão vindo.
Já tivemos outros shows com 1,5 milhão, como o dos Rolling Stones. Com 3 milhões, de Jorge Ben Jor. E até um, entre 3,5 e 4,2 milhões, de Rod Stewart, no Réveillon de 1994, que entrou para o Guiness como o maior show gratuito da história.
O da Madonna também vai bombar e nós cariocas estamos felizes com isso.
Mas precisavam prefeitura e estado doarem R$ 20 milhões para o Itaú? Um banco?! É um absurdo.